Não. Evocar as chamadas "pedaladas fiscais" é uma hipocrisia fraudulenta para afastar uma Presidente por motivos políticos e ideológicos. Uma aliança entre ressabiados de mais uma derrota nas urnas, mas que se acham com direito divino de governar, e de curriptos assumidos, esses sim procurando escapar às malhas da justiça.
Essa aliança entre revanchistas e delinquentes, aliança que apenas poderia chegar ao poder através de golpe, é o motor de se apresentar como grave crime uma acção que, se assim tivesse sido julgada anteriormente, teria levado à destituição de TODOS os Presidentes pós ditadura (na ditadura não havia ninguém para fiscalizar), a praticamente TOTALIDADE dos Governadores dos Estados, e a VASTÍSSIMA PARTE dos Prefeitos das cidades brasileiras. Tal não aconteceu, nem foi reclamado, deixando claro o motivo de porquê agora.
O acto de destituição de Dilma Rousseff é um acto que usa a legislação distorcendo o seu espírito e exorbitando flagrantemente do processo democrático, deixando a avaliação na mão dos interessados.
O acto de destituição da Presidente é um Golpe gravíssimo em que o veredicto popular é ultrapassado e desconsiderado, substituindo-se as políticas sufragadas por outras de cariz inverso sem o aval da população.
O acto de substituição da Chefe de Estado eleita, por outra figura que apenas o poderia fazer em caso de impedimento ou subversão grave das instituições, é em si mesmo a essência do Golpe de Estado tal como se conhece classicamente a figura.
Quem se apresta a perpetrar tal acto é bom que tenha em consciência, se é que a tem, que a história não deixará de analisa-lo, e pronunciar-se sobre a natureza das suas motivações.
A História os conderá!
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