sexta-feira, 11 de agosto de 2023

O Veneno da Cobra

Ao iniciar uma acção militar contra a Ucrania, a Russia alegou o objectivo da desnazificação do Governo deste país (de duvidosa democraticidade, diga-se de passagem). Este era talvez o pretexto cujo peso mais poderia ter eco nas opiniões públicas do ocidente, mas não teve.
Sem querer repisar os argumentos que aqui vão estando disponíveis ainda antes de 2014 sobre esta questão, quem os quiser conhecer pode bem consultar os artigos mais antigos, achei necessário voltar ao tema do nazi-fascismo.
A UE, a NATO e as próprias Nações Unidas, apresentam-se como impolutas entidades ungidas pela democracia para defenderem valores da Liberdade e afirmarem que estão em jogo os valores democráticos.
Além de ser tudo uma hipócrisia imensa - quando foram expulsos de comprtições desportivas, viram cessados contratos de trabalho ou sofreram sanções, cidadãos de países como Israel, Marrocos, Turquia, ou mesmo os EUA por violarem o direito internacional? E no entanto fizeram-no e continuam fazendo aberta e à vista de todos na Palestina, Sahara Ocidental, Chipre e no caso dos EUA teriamos de fazer um compêndio começando em A de Afeganistão até V de Vietname, passado por locais tão esquecidos como o arquipelago de Chagos ou tão conhecidos como o Iraque. Nada disso foi nunca para a comunidade internacional qualquer problema.
Porém a questão hoje é ainda outra. Parece incompreensível como o ocidente convive candidamente com o alcandorar de um criminoso de guerra nazi como Stepan Bandera a herói nacional da Ucrania, como o ocidente se sente confortável com a perseguição aos simbolos da derrota do nazi-fascismo um pouco por todas as ex-repúblicas soviéticas que estão hoje na esfera ocidental, ou como o ocidente não só apoia a perseguição aos simbolos da derrota fascista, mas incentiva e publicita estes actos, como se fosse lícito fazer a comparação da Rússia com o sacrifício do povo soviético na luta contra a barbárie.
Parece, mas não é! Basta pegarmos em qualquer destas instituições ocidentais e rasparmos um pouco os seus lideres de um passado não assim tão distante e facilmente encontramos declarados nazi-fascistas, saídos na maior parte das vezes das fileiras dos exércitos hitelarianos. Mas não elementos menores, obscuros, e meros figurantes arrastados para o horror nazi. Ao contrário encontramos oficiais superiores, na maior parte das vezes responsáveis por grandes áreas de actuação do Reich, e que passaram com maior ou menos discrição a quadros políticos ou mesmo militares das instituições ocidentais. 
Na foto publicada junta isso é bem visível e dispensa bem comentários.
Wernher von Braun - a responsável da agência espacial norte-americana; Walter Hallstein, a Presidente da Comissão Europeia; Adorf Heusinger (veja-se o seu acompanhante de foto), A Chefe de Pessoal da NATO; ou Kurt Waldheim a Secretário Geral da ONU.
Depois disto é fácil perceber por onde o veneno da cobra circula.