Sempre que se fala das atrocidades cometidas pelos Turcos otomanos sobre outros povos, como Arménios, Assírios, Gregos do ponto, Constantinopolitanos, etc. muitas vozes se levantam como se a nação turca tivesse agido sempre com a maior lisura com os outros povos. Chegando a negar e a justificar essas acções ou, na impossibilidade a apontar atrocidades maiores supostamente cometidas por outros Estados - com ênfase para a União Soviética, sem nunca contudo terem apresentado evidências reais.
Ao ler hoje mesmo a descrição da vida na cidade Curda de Amed (Diyarbakir em Turco) e apesar do esforço em dourar a pílula, o cenário que se me colocou diante da vista foi de um nível de repressão absolutamente indigno, não só sobre a população directa, matando, prendendo e torturando, sobre a língua, que esteve proibida durante décadas, procurando torná-la extinta, mas destruindo as suas habitações nas sua ausência ou expulsando as populações e demolindo bairros inteiros, inclusivé zonas históricas classificadas pela UNESCO, das quais os especialistas dizem hoje nada mais haver a preservar, num atentado contra a cultura de todo um povo que só encontra paralelo nas acções do Estado Islâmico e nos Talibãs.
Estas acções que, fosse outro o Estado, como a vizinha Síria ou a Líbia de alguns anos, e já estariam no topo das condenações, afirmando-se serem os seus líderes chamados de genocidas. Como se trata da Turquia, em que o seu Presidente se recusa até a admitir a existência de Curdos, nada é sabido e quando é passaram já meses e às vezes até anos sobre os acontecimentos.
A perseguição física e cultural com a destruição dos próprios monumentos de um povo é um crime atroz e houvesse o mínimo de dignidade os dirigentes Tircos estariam a ser julgados nos tribunais internacionais. Como não há, os tribunais internacionais, as amnistias internacionais, os observatórios dos direitos humanos só servem para observar aquilo que lhes dá jeito.
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