segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Como são pessoas de bem


Sempre que se fala das atrocidades cometidas pelos Turcos otomanos sobre outros povos, como Arménios, Assírios, Gregos do ponto, Constantinopolitanos, etc. muitas vozes se levantam como se a nação turca tivesse agido sempre com a maior lisura com os outros povos. Chegando a negar e a justificar essas acções ou, na impossibilidade a apontar atrocidades maiores supostamente cometidas por outros Estados - com ênfase para a União Soviética, sem nunca contudo terem apresentado evidências reais.
Ao ler hoje mesmo a descrição da vida na cidade Curda de Amed (Diyarbakir em Turco) e apesar do esforço em dourar a pílula, o cenário que se me colocou diante da vista foi de um nível de repressão absolutamente indigno, não só sobre a população directa, matando, prendendo e torturando, sobre a língua, que esteve proibida durante décadas, procurando torná-la extinta, mas destruindo as suas habitações nas sua ausência ou expulsando as populações e demolindo bairros inteiros, inclusivé zonas históricas classificadas pela UNESCO, das quais os especialistas dizem hoje nada mais haver a preservar, num atentado contra a cultura de todo um povo que só encontra paralelo nas acções do Estado Islâmico e nos Talibãs.
Estas acções que, fosse outro o Estado, como a vizinha Síria ou a Líbia de alguns anos, e já estariam no topo das condenações, afirmando-se serem os seus líderes chamados de genocidas. Como se trata da Turquia, em que o seu Presidente se recusa até a admitir a existência de Curdos, nada é sabido e quando é passaram já meses e às vezes até anos sobre os acontecimentos.
A perseguição física e cultural com a destruição dos próprios monumentos de um povo é um crime atroz e houvesse o mínimo de dignidade os dirigentes Tircos estariam a ser julgados nos tribunais  internacionais. Como não há, os tribunais internacionais, as amnistias internacionais, os observatórios dos direitos humanos só servem para observar aquilo que lhes dá jeito.

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