quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Em que ficamos?


Os recentissimos incêndios na Madeira deixaram muitíssimas questões por responder. A começar fica a questão da gestão da mancha florestal, com uma presença marcante de Eucalipto e Acácia, espécies "muito pouco, ou quase nada" dadas à propagação dos fogos florestais. A segunda questão prende-se com a limpeza das ervas que, em condições de muito calor, baixa humidade e ventos fortes são propícios à propagação das chamas. Terceira questão, o despovoamento dos centros históricos. Lojas e armazéns vazios, onde não existem sistemas internos de combate aos fogos, são o ideal para o avanço dos sinistros.
Para lá disto outras questões ficam: como é possível que se afirme, como fez o Presidente do Governo Regional da Madeira, que o incêndio estava controlado e a situação consolidada e, nem uma hora depois ter de pedir ajuda ao Governo da República, após afirmar ter a Região meios suficientes; como é possível não accionar os meios de emergência de forma a proceder à evacuação dos locais de trabalho, permitindo que a saída à hora normal tivesse lançado o caos no trânsito dificultando a acção do combate ao sinistro? Por fim o empréstimo pela República Italiana de um Canadair não pode deixar de causar surpresa, é surpresa não pelo empréstimo mas pelo facto de ser considerado essencial quando em 2007 se substituíram os Canadair pelos helicópteros pesados Kamov, Kamov que estão quase todos ou mesmo todos parados, e que, como até o Governo anterior percebeu não substituírem os Canadair no combate a fogos. Reconheceu mas não resolveu, depois do estudo indicar a necessidade de adquirir dois... Nenhum foi comprado.
Daqui se pergunta serviam ou não melhor que os Kamov, ou em complementaridade? Se sim porque foram vendidos pelo Estado português? Tendo ficado determinada essa necessidade porquê não foram adquiridos? Porque se esperou até ao ponto de ter de recorrer a um empréstimo de frota estrangeira? Responda quem para tal tiver competências, pois que por mim não o sei fazer. Mas responda porque todo o cidadão tem o direito de saber.

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