domingo, 31 de julho de 2016

Crimes e criminosos

Brindou-nos o Público hoje com um artigo procurando branquear o nazi-fascismo ucraniano. Neste artigo, em que o jornalista se deslocou a Kiev a expensas da Comissão Europeia, tentava-se não só esconder que as forças nazi-fascistas assumidas foram as que estiveram no respaldo ao movimento de Maidan - constituindo de facto o seu braço armado, como não se referencia que foi a estas forças que o Governo de Kiev entregou a responsabilidade de assegurar a manutenção das áreas reconquistadas no leste aos chamados "rebeldes", tais como Mariupol. Forças essas culpadas por uma repressão provada com recurso a assassinatos em massa, de que são testemunhas as valas comuns, e de tortura generalizada não só aí mas em varias outras zonas da Ucrânia. Situações que nem sequer são segredo usável que estas criaturas chamadas Svoboda e Sector direito até as publicam no YouTube.
Estes seguidores de Stepan Bandera (responsável durante a ocupação alemã pela morte de 40.000 polacos, 200.000 judeus e um número indeterminado de russos. Já perto do fim da Guerra supervisionou em Berlim o treino de fascistas ucranianos para lutar na frente leste) não são patriotas ucranianos nenhuns, aliás como bem mostra o facto de terem deliberadamente queimado vivas as pessoas de esquerda que se refugiaram na casa dos Sindicatos em Odessa.
Estas criaturas que tem como modelo um criminoso de Guerra que matou e perseguiu judeus e comunistas ao serviço de Hitler e dos seus exércitos e que hoje, para escândalo das pessoas decentes, é apresentado como herói da Ucrânia, é lhes permitido exercerem as suas actividades criminosas livremente ao passo que o Partido Comunista é, através de um processo com provas manipuladas, substituindo juízes e cometendo toda a espécie de atropelos legais, ilegalizado.
Tentar hoje dizer que Bandera e os seus seguidores combateram tanto soviéticos como alemães é uma mentira de tal forma grande, que só cabe no âmbito da má fé e mistificação. Até à derrota Nazi-fascista estas forças lutaram ao lado das tropas hitlerianas, comportando-se por vezes para com as populações de forma ainda mais cruel que os próprios nazis.
Aliás, se dúvidas houvesse sobre o carácter da junta fascista de Kiev bastaria ver como são perseguidos legalmente os símbolos soviéticos e protegidos e enaltecidos suásticos, runas das SS, cruzes celticas e toda a panóplia de símbolos de cariz nazi e fascista.
A atribuição do nome de um criminoso de guerra do calibre de Bandera em lugar de levar a Comissão Europeia a custear a ida de um jornalista a Kiev para branquear a sua acção, deveria conduzir ao repudio internacional dos que lutaram na II Guerra Mundial e seus descendentes, bem como encher de horror as vítimas do Holocausto - a começar com as comunidades Judaicas e o Estado de Israel, sempre tão preocupado com a memória das vítimas judaicas.
Bandera e os seus seguidores, com o Governo Ucraniano actual à cabeça, não são polémicos, porque polémica é a oratória e as acções dúbias. Bandera e os seus seguidores, com o Governo Ucraniano à cabeça, são fascistas, criminosos com crimes cometidos contra a humanidade e o seu próprio povo. Crimes mais que documentados e que levam parte importante da população ucraniana a viver em terror - basta ver a afluência às urnas nas últimas eleições abaixo dos 30% - ou em revolta armada aberta temendo pelo seu futuro e suas vidas.
Branquear os crimes cometidos, antes e durante a segunda guerra e os cometidos actualmente, com a tolerância ou mesmo aquiescência da UE, é ser cúmplice desses crimes.
Todos sabemos como o Capitalismo é complacente e até conivente com o Nazi-fascismo, mas tem de saber também que sabemos disso e não deixaremos passar impune.

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