sábado, 30 de julho de 2016

FMI restruturação da dívida. Agora dizem isso?


O FMI acaba de afirmar que o crescimento das exportações não dependeu das políticas da Troika. Mais afirmou que a "correcção" orçamental, seja lá o que isso exactamente for, não poderia ser desligada de uma restruturação da dívida???? Agora vêm  dizer isso? Depois de passarem anos a negar que fosse necessária uma restruturação! Depois de respaldarem os nossos governantes a papaguear que não era necessária uma restruturação da dívida! Depois de nos condenarem à mais ignóbil extorsão diante de uma dívida que não parou nem pára de aumentar, alimentada por juros e juros compostos que são a cada segundo a condenação do país a cumprir qualquer esforço e muito menos amortizar o que quer que seja.
Quando o PCP isoladamente afirmou que era necessária a restruturação da dívida nos seus montantes, nos seus prazos e nos seus juros, uns nada disseram e outros alardeando uma seriedade maior afirmaram que éramos um devedor honrado e por isso pagávamos as nossas dívidas.
Esta moral de sacristia iludia que o que nos era exigido era muitíssimo superior a qualquer dinheiro entrado - e diga-se via bancos privados - e servia para cobrir também a imensa dívida da banca privada transformada em pública.
Iludia também, com uma falsa capa de honradez, que aquilo que o PCP pedia era até bastante modesto, nem era repudiar a dívida, nem era evitar enfrentá-la, era apenas renegociar prazos, juros e juntar isso a uma análise da mesma que determinasse aquilo que de facto podia ser atribuído à acção do estado português... Nada de extraordinário, e que aparentemente a própria Troika chega à mesma conclusão passado anos.
Pelo meio não se pode deixar de denunciar o oportunismo de vir afirmar hoje o que se negou ontem e, acima de tudo de passar a certidão de alimária aos nossos governantes, que demonstraram diferir muito pouco das desgraçadas criaturas a empurrar a nora, com a mais que evidente superioridade das segundas que o não fazem de vontade própria. 

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