sexta-feira, 22 de julho de 2016

Onde pára a Arte?


Estava a ler hoje que foi vandalizado na Mouraria um mural. Os vandalos desenharam tags sobre o mural danificando-o
Acho esta atitude verdadeiramente inqualificável. Especialmente quando os taggers são normalmente também grafiters e não ajudam com isto ao necessário separar das águas, impedindo muitas vezes que se defendam com a eficácia necessária os seus trabalhos.
O triângulo de ouro, onde estavam situados diversos serviços municipais e que foi vendido para instalação da nova unidade do Hospital da CUF, tinha, além das cantarias, dos painéis de azulejo, de calçada portuguesa, e do painel do Mestre Querubim Lapa, que nos asseguram estarem todos defendidos e a preservar, um mural em grafiti homenageando dois dos mais egrégios líderes e pensadores africanos da nossa época e, pais das independências de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Não espantará ninguém se se disser que com a demolição levada a cabo pelos novos donos, esse mural nem vandalizado foi. Foi literalmente destruído. Nem as vozes que se escandalizam tanto com a existência de quatro brasões "coloniais" na Praça do Império, fazendo gala do seu anti-colonialismo para justificar o arrazo da mosaico-cultura, nem as vozes sonantes dos que "defendem" a arte mural moderna contra o vandalismo dos tags, foram capazes de mover uma palha ou emitir um som quando da defesa de um mural singelo, mas de qualidade, que lembrava a todos quantos ali passassem, por homenagem dos grafiters, a imortalidade de Agostinho Neto e Amílcar Cabral.
Fica a nota e foto que espero não venham a ser vandalizados às mãos dos servidores do santo lucro.

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