domingo, 24 de julho de 2016

Cortesãos pelintras



O bizarro e caricato episódio de sanções a Portugal pelo não cumprimento dos limites do défice previstos nos acordos com a Troika, seria apenas isso, objecto de curiosidade e riso, se não fosse o caso de termos por estas bandas quem, através de boatos, notícias falsas, e intrigas, procurem tornar essa possibilidade - que já se viu que as próprias autoridades de Bruxelas estão receosas de aplicar - numa realidade a implementar de forma a tentarem fazer recair sobre o actual governo uma responsabilidade que não tem. Terá outras mas não esta.
Quem espalha estas notícias, acedendo antecipadamente a cartas e informações não públicas, procura activamente que existam sanções e sejam efectivamente aplicadas. Mas além disso procuram, com o apoio de alguns meios de comunicação, que a UE ganhe o atrevimento necessário para aplicar essas sanções. Todos os dias as anunciam, todos os dias indicam até quais vão ser. Sem dúvida todos os dias ligam para Bruxelas, Berlim, Haia ou Helsínquia para instigar sobre a necessidade e urgência das aplicar, acicatando os Shäubles e os Dijsselbloemes deste mundo para as pérfidas sonhadas mas que não tem conseguido achar coro nos seus contrapartes, por muito fanatismo e fundamentalismo neo-liberal a que apelam e tentam aplicar.
Até os seus correligionários têm a noção das ondas de choque e do chão a desfazer-se à sua volta e entendem que é tempo de cautelas e caldos de galinha.
Têm os correligionários, mas não têm eles, nem têm os cortesãos cá do burgo que não enxergam mais longe do que a possibilidade de voltar ao poder, não importa como.
Acontece que não só a serem aplicadas estas sanções se refeririam exclusivamente às políticas do governo onde os cortesãos pontificavam, como os seus resultados teriam o efeito de uma Tsunami na vida dos trabalhadores e na economia nacional, Tsunami essa que iria submergi-loa antes de tudo. O que prova que a sua cupidez é tão cega é tão pouco inteligente que os conduz a tentar prejudicar o país confundindo-o com o governo. Mas ainda por cima porque o resultado, mesmo que fosse o da sua conjectura só os iria deixar a governar um país miserável em que a única marca de governo seria a pelintrice.
Tanta intriga para tão fraco resultado só mostra a pobreza de espírito destes cortesãos.  

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