foto in estudossobrecomunismo2.wordpress.comDois alunos da Escola de Penacova terão de realizar serviço comunitário por terem encerrado o portão desta Escola a cadeado, no âmbito do protesto contra o "estatuto do aluno", que este governo e a mui diligente Ministra da Educação querem impôr aos estudantes deste país.
O Ministério Público acordou com esta "punição", evitando assim a "condenação" judicial dos dois jovens.
A Câmara Municipal de Santa Comba Dão, irá inaugurar, pela mão do seu presidente, as obras da Praça do Largo, retomando o velho nome de Praça Oliveira Salazar, no próximo sábado, 25 de Abril.
Estas notícias, uma e outra, mostram o quão próxima de nós se encontra a longa noite fascista. E próxima de nós porque voltar a nomear, com honras de toponimia, o Ditador é um acto tão grave quanto procurar silênciar e punir quem protesta, contra um acto que o ofende, especialmente tão próximo do dia da Liberdade.
Estes actos, um e outro, só mostram que neste país há quem esteja saudoso dos tempos em que mandar podia, espezinhando quem se oponha, oprimindo quem protesta. Os Estudantes que a GNR deteve, não destruiam propriedade, não vandalizavam a Escola, não ameaçavam professores ou colegas, não impediam aulas, nada disto. Porque para esses, tantos por esse país fora existe complacência e atenção, mas não para quem protesta. Para quem põe em causa a autoridade, que deve ser incontestada, tem de haver castigo exemplar para que amanhã outros não protestem. Era este o ensinamento do fascismo, era esta a lógica do Presidente do Concelho. Por sinal com bons seguidores, por entre os rosas e laranjas, que rapidamente põe em cima da mesa as práticas e as honras que ao ditador reconhecem necessárias.
Temos um país onde o medo não desapareceu e se procura estimular, perseguindo sindicalistas, trabalhadores, estudantes, e todos aqueles que se opõem às políticas e práticas dos governantes, onde impera o sátrapa e o tiranete, possuidor de uma qualquer sinecura obtida por clientela política ou circulação de poderes e capitais mais do que duvidosos, onde vinga a sabujice e o seguidismo, esperando colher alguma das migalhas que cai da mesa do chefe, onde manda a incompetência mais serôdia, que se limita a satisfazer os desejos daqueles que por força do dinheiro humilham e vendem esta terra que é nossa.
Qualquer semelhança entre esta imagem do país e o país de 24 de Abril não é pura coincidência. Lentamente vão tentado o que então não conseguiram, cerrar as as portas que Abril abriu. Falharam então! Mas foi preciso que povo lhes tivesse feito frente, criado barreiras, travado o caminho. Falharão também agora! Mas será preciso não calar, levantar a voz e o gesto, denunciar a provocação e a prepotência, resistir à presiguição e à calunia, travar por todos os meios a ofênsiva revanchista que por todo o lado procura impor outra noite sombria.
É preciso contra estas novas trevas levantar bem a candeia acesa pela nossa indignação.
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