Muito se tem falado pelos últimos dias da "agressão" ao candidato do PS. Digo "agressão" porque na realidade o senhor saiu apenas borrifado por um pouco de água, e se agredido se sentiu deverá ser apenas no seu amor próprio dados os vitupérios que ouviu. O Candidato do PS ao deslocar-se ao desfile da CGTP, sabia, ou deveria de saber, que quem diz o que quer, e ele justificou e apoiou por diversas vezes o código laboral, o cercear dos direitos sindicais, a obediência obrigatória aos ditames do Governo, esquecendo agora que ia de visita aos mesmos que ofendeu, ou não.
Quando os Nazis quiseram voltar a populaça contra os Comunistas, acusaram-nos de incendiar o Reichstag. Acabou por se provar ser uma mentira, mas quando se soube já os Comunistas estavam ilegalizados e o nazi-fascismo caminhava impante para a desgraça que se sucedeu.
Mas o feito não ficou por aqui, na América McCartista, na Espanha franquista, no Chile de Pinochet, na Africa do Sul do Apartheid, os Comunistas foram sempre acusados de tudo e de mais alguma coisa.
O regime de Sócrates parece ter aprendido muito bem a lição, e de todas as contestações procura insinuar, ou mesmo dizer que são os Comunistas. Da maneira como a contestação grassa de norte a sul, o PCP tem de ter um resultado verdadeiramente histórico nas eleições. Oxalá sim.
O pequeno artigo a seguir foi publicado no Registo, é apenas uma visão sobre o tema.
O Boato. Ainda miúdo ouvi uma máxima, que nunca mais esqueci, que me pareceu e parece ainda provida do maior senso. Dizia essa máxima que o Boato é a arma da reacção, é preciso esmagar o Boato. Com efeito de boato têm feito carreira algumas das mais notórias personalidades portuguesas, a maior parte delas tidas até por não de direita, mas sistematicamente utilizando o boato como forma de se promoverem, especialmente quando pelos seus actos se encontram particularmente mal vistas pelo povo.
Estive, como aliás estou sempre, nas festividades do primeiro de Maio. Estive no desfile da CGTP, porque nunca poderia ter estado com pessoas que assinaram e avalizaram o Novo Código Laboral, que não só penaliza fortemente os trabalhadores como tem erros de palmatória que, se quem assinou não viu só pode dever-se à subserviência e seguidismo em relação ao poder que vêm à várias décadas demonstrando. Estive mas confesso que não vi a entrada em cena do candidato do PS, nem as cenas imediatamente seguintes. Só já a caminho de casa vim a saber da sarrafusca e já só em casa vim a assistir à indignação do PS contra a CGTP e pasme-se, o PCP.
Quando ouvi isto ainda fui levado a ver Vital Moreira a ser duramente fustigado à cartonada por um bando de militantes comunistas de cartão em punho, com a respectiva cota paga. Mas fiquei desiludido quando tudo o que a televisão me deixou ver foi um Vital em fuga, seguido de uns populares de cara rabicunda, mas nem um só cartão para amostra.
Tiraram, o candidato e o PS, a conclusão que mais se ajeitava para apresentar ao mundo mais uma “vítima” do Comunismo. Um dizendo que era por ser ex-comunista, os outros porque pensaram remendar assim os buracos de uma tolerância que não têm. Se a tivessem saberiam, mais do que perfeitamente, que na Almirante Reis não estão só militantes Comunistas e que quem quer que tivesse arreado no Vital poderia ser bloquista, socialista, ou mesmo sem qualquer “ista”. Tudo porque é perfeitamente natural que quem se vê no desemprego, na precariedade, ou atirado para a sobre-exploração ou a pobreza, tenha mais do que indignação e ressentimento em relação a quem apostolou, defendeu, e apadrinhou as leis que a ela levaram.
A ida do candidato do PS ao Primeiro de Maio da CGTP não foi, portanto, à partida inocente, foi provocatória, de quem esperava este desfecho e sabia perfeitamente a quem tentar lançar as culpas procurando uma vitimização a que não tem direito. Ao boato assim construído responderam logo a UGT e todos os partidos de direita, pois que todos lucram com a coisa, respondeu mais timidamente o Bloco, não se vá dar o caso de mais tarde tentarem com ele também, contudo não será por muito se gritar chuva, que ela caia de um céu radioso. É preciso esmagar o boato!
2 comentários:
Para ti amigo:
Isto lembra Sergio Fernandez que foi ministro do trabalho Março/76 a Janeiro/78 e duas vezes ministro do interior durante o governo de PinochetAbril de 80 a Abril de82 e Julho/87 aOutubro/88. Ocupou tambem o cargo de Procurador Geral da República entre Janeiro e Abril/78. Foi militante da Juventude Socialista a da FRAP (Partidos de esquerda Chilena anos 60)Na época da Unidade Popular70/73 trabalhou na Rádio Magallanes propriedade do PC Chileno . Tornou-se EX passou a estar com os fascistas depois do golpe de Pinochet, como min. trabalho as primeiras medidas foi desmantelar as débeis estruturas de protecçºao laboral que o próprio regime militar tinha mantido e como m. do Interior foi o responsável pelas listas de milhares de Chilenos que ficaram proibidos de entrar no país.
Este EX fez parte dos 38 incriminados conjuntamente com Pinochet pelos maiores crimes que foram feitos pelo regime fascista Chileno .
É ahistória dos EX.
Há sempre gente disponível para certo tipo de trabalho...Gente que a tudo cede por um pouco de poder. Do traidor se fez o verdugo. Do renegado o carrasco. Há sempre que ser mais cruel que o mandador, mais chacal do que o patrão. É essa a condição da traição.
Enviar um comentário