Não sou de ligar a opiniões de colunistas. Normalmente já sei ao que vêm e em raríssimos casos me dou ao trabalho de comentar este tipo de opinião. Porém no sábado ao ler o jornal do meu hábito, encontrei uma coluna de conhecida autora que perorava sobre as condições de trabalho na actualidade. Ou assim parecia...
Na realidade que tivesse lido esta coluna rapidamente percebia que o que incomodava a autora era a presença de mais de 85.000 pessoas na marcha da CDU. Ela que durante tanto tempo labutou denonadamente para cravar no PCP o epítoto de "neo-estalinista", seja lá o qu isso for, denegrindo propostas, apoucando acontecimentos, distorcendo posições, era agora confrontada com a adesão das pessoas a essas propostas? Ela que pelo trabalho procurou fazer crer que a política não tinha de ser feita com as massas, mas com grupelhos diletantes com propostas desgarradas, incoerentes, pseudo-modernas e pseudo-de-esquerda, mas com muita saída nas rádios e nos jornais, via agora surgirem 85.000 pessoas em apoio de projectos e políticas coerêntes, honestamente trabalhadas com afinco, com conhecimento de causa e de uma forma consistente e competente, mas que ela por certo abjura? Tal não encaixava no seu entendimento. E como não encaixava rapidamente concluiu que essas pessoas não estavam em apoio à CDU, nem sequer alguma vez lá tinham votado, estava quem sabe apenas "para ver as vistas".
Para colunista esta atitude revela uma incapacidade imensa, porque para opinar é necessário observar, analisar, dissecar a realidade, mesmo que não se concorde e se queira mudar. Porém como teria de reconhecer o falhanço do seu próprio propósito a autora perfere fazer como burro com anteparas nos olhos. Só que esse tem a desculpa que lhas puseram...e ela terá?
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