terça-feira, 16 de setembro de 2014

Se ele fosse Papa excomungava

"El Govern fa front comú contra la possibilitat que se celebri un referèndum sobiranista. El ministre de Justícia, Alberto Ruiz-Gallardón, ha assegurat aquest matí que el seu departament està centrant "tots els esforços" en el "desafiament sobiranista" i ha advertit a Artur Mas que el Govern central frenarà "la setmana que ve" el procés independentista. Per la seva part, el ministre d'Exteriors, José Manuel García Margallo, s'ha atribuït els poders de l'Executiu de Madrid a l'afirmar que no descarta que el Govern de Mariano Rajoy suspengui l'autonomia de Catalunya si la Generalitat segueix endavant amb la seva voluntat de convocar el referèndum d'independència el 9 de novembre."
El Periódico 

Deparando-se com uma vontade mais do que expressa pelos Catalães em votar o seu destino, o Governo de Madrid não só continua por compreender a situação como pensa, seriamente, que é possível fazer as coisas regressarem ao status quo anterior apenas por ameaçar recorrer ao Tribunal Constitucional a fim de suspender a marcação da consulta, mas ameaçando agora também com a suspensão da Autonomia da Região.

O Governo de Mariano Rajoy não compreende que cada ameaça, cada acção repressiva é um passo mais rumo à independência da Catalunha. Nem Mas nem qualquer outro Presidente da Generalitat poderia tomar um outro caminho que não fosse representar a vontade dos catalães e esta já foi mais do que demonstrada nas enormíssimas manifestações de 11 de Setembro de 2012, 2013 e 2014. Pensar que há caminho de regresso é uma quimera que tornará o povo de Catalunha inimigo de Espanha.

Não se sabe se a escolha dos catalães será a independência, mas para o Governo de Rajoy esse parece ser um dado adequirido, por isso esta reacção de verdadeiro desespero. Tampouco o PSOE tem uma resposta porque quer por nunca ter assumido uma postura anterior ao problema, quer por ter retirado do chapéu uma solução que não passasse pelas urnas, colocou-se refém do PP e perdeu capacidade de influenciar qualquer solução o que é muito claro na sua erosão eleitoral.

Mais inteligente foi o Primeiro Ministro Britânico que arriscou numa aposta que considerava segura, que afinal não é tão segura mas que ainda pode ganhar. Se Cameron tivesse recusado e ameaçado seguramente hoje uma parte dos escoceses que irão votar pela União estariam ao lado dos seus compatriotas que optam pela independência. Donde teria já alicerçado a sua derrota futura.

Qualquer atitude inteligente de Rajoy passaria por pactar o referendo, e depois poderia partir para a demagogia e aterrorização dos eleitores tal como fazem os Partidos Britânicos na Escócia. Podem não ganhar, mas não perderão por muito, e além disso deixam caminhos abertos para um relacionamento preveligiado com uma Escócia independente no futuro.

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