Defendo que tudo começou porque quem conhece a história desta campanha sabe que Westminster prometeu tudo o que havia a prometer excepto a independência. Gordon Brown, David Cameron utilizaram até a expressão: "o melhor dos dois mundos", ou seja, todas as prorrogativas da independência sem os custos desta. E se para a comercial Edimburgo esta promessa resultou para a operária Glasgow nem isso a demoveu e votou Sim.
Acontece que esta promessa não é difícil de cumprir, é impossível. A ser cumprida criaria um desequilíbrio social de tal maneira grande entre a Escócia e o resto do Reino Unido, que qualquer partido que a votasse teria de encarar um catastrófico afundamento eleitoral em Inglaterra, ora é lá que está a maioria dos deputados e se se pode almejar a ser governo sem a Escócia (os Tories tem apenas 1 deputado por este país), não se pode fazer o mesmo sem a Inglaterra, motivo pelo que o Partido Conservador não tem interesse nesta reforma, como aliás já o disseram os seus deputados, e o Partido Trabalhista também não. Os ganhos Labour na Escócia jamais compensariam as perdas a sul, pelo que este partido está entalado para o futuro. Quanto aos Liberais Democratas, nada os salvará da irrelevância política nas próximas eleições devido à traição aos seus princípios na coligação.
Quando os escoceses que se deixaram convencer por estas promessas, especialmente os que por negócios temiam perder algo, seguramente não se vão resignar com a situação. Irão lamentar a sua opção - a diferença foi de 384 mil votos - e pior vão sentir-se ludibriados e sem possibilidade de volta atrás nos tempos mais próximos...grande receita para um desastre!
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