sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Estou farto!

Tenho a confessar uma coisa. Estou farto da criatura do Banco Alimentar. Farto da sua hipocrisia, farto da sua pseudo moral, farto da sua actividade nefanda disfarçada de bondade.
Num tempo em que o Estado corta salários e direitos sociais que complementavam o facto de serem muito baixos, aumentam o custo de transportes e alimentação, de acesso a médicos e medicamentos, da justiça, da cultura, e se prepara de tornar mais difícil o acesso até à água e deposição de lixos, vem esta mulher de moral de sacristia dizer que a pobreza se reproduz por causa dos "profissionais da pobreza", acusando os pobres de nada fazerem? Quando na realidade é ela que alimenta a sua projecção na existência de pobreza, contribuindo em nada para a debelar, promovendo um assistencialismo que nada resolveu e fazendo zero para combater as causas da pobreza.
Esta figura saída do Portugal de antanho, digna representante de uma burguesia que em determinados dias santos separavam uns restos e umas roupas usadas para os pobrezinhos, mas só para os que se portassem bem e respeitosamente. 
Esta aliada das grandes superfícies onde o comum dos mortais compra - isso mesmo - compra com o que resta dos seus salários a hipotética ajuda, que deveria surgir dos programas sociais alimentados com os impostos de nós todos, mas não isso a senhora não diz.
Espero que exista ainda a decência de correr com esta vergonha da sociedade portuguesa que se cobre com capa de santidade para fazer passar as mais perversas das ideias, a de que os pobres são culpados da sua situação. Esta criatura que seguramente nunca leu o que diz Tomás de Aquino sobre o tema, mas que fala com "lata" de quem faz obra pia e santa.
Estou farto dela reconheço, dela e de tudo o que de funesto ela representa. Desapareça que já vai tarde.

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