Num tempo em que o Estado corta salários e direitos sociais que complementavam o facto de serem muito baixos, aumentam o custo de transportes e alimentação, de acesso a médicos e medicamentos, da justiça, da cultura, e se prepara de tornar mais difícil o acesso até à água e deposição de lixos, vem esta mulher de moral de sacristia dizer que a pobreza se reproduz por causa dos "profissionais da pobreza", acusando os pobres de nada fazerem? Quando na realidade é ela que alimenta a sua projecção na existência de pobreza, contribuindo em nada para a debelar, promovendo um assistencialismo que nada resolveu e fazendo zero para combater as causas da pobreza.
Esta figura saída do Portugal de antanho, digna representante de uma burguesia que em determinados dias santos separavam uns restos e umas roupas usadas para os pobrezinhos, mas só para os que se portassem bem e respeitosamente.
Esta aliada das grandes superfícies onde o comum dos mortais compra - isso mesmo - compra com o que resta dos seus salários a hipotética ajuda, que deveria surgir dos programas sociais alimentados com os impostos de nós todos, mas não isso a senhora não diz.
Espero que exista ainda a decência de correr com esta vergonha da sociedade portuguesa que se cobre com capa de santidade para fazer passar as mais perversas das ideias, a de que os pobres são culpados da sua situação. Esta criatura que seguramente nunca leu o que diz Tomás de Aquino sobre o tema, mas que fala com "lata" de quem faz obra pia e santa.
Estou farto dela reconheço, dela e de tudo o que de funesto ela representa. Desapareça que já vai tarde.
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