As fotografias que coloquei neste post dizem respeito ao projecto Ausências, levado a cabo por um fotógrafo argentino, em que recria a pose de fotos do passado, em que faltam os desaparecidos da ditadura fascista argentina. A ditadura argentina foi tolerada e até mesmo apoiada por inúmeras respeitáveis democracias e respectivos responsáveis, durante anos. A justiça destes ausentes, que não estão apenas mortos mas desaparecidos, está ainda por fazer. Os seus algozes gozam de imunidades e cumplicidades que impedem a justiça.
O filme que aqui coloco é ao mesmo tempo mais antigo e mais recente. Mais antigo porque a história destes desaparecidos, que se conta da mesma forma, aconteceu muitos anos antes. Mais recente, porque ainda agora os crimes do franquismo permanecem calados, sem justíça, sem um serviço funebre ou um local de enterro que honre estes homens e mulheres. Continuam assim sem história, jazendo algures, sem que os seus familiares saibam onde.
Este filme existe, porque há quem pense hoje que se pode fingir que não existem. Porque há quem hoje que continua sendo cumplice destes crimes e que os não queira ver divulgados por poderem por em risco os propósitos que defendem e que são fruto, em Espanha, da imposição do levantamento de 18 de Julho.
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