Estamos de novo em vésperas de 25 de Abril, este ano com motivos mais do que suficientes para que não nos limitemos a festejar a data. Com efeito a intervenção da União Europeia, do FMI, do Banco Central Europeu, no nosso país, trás os maiores motivos de preocupação para os portugueses. Na realidade a tão propalada ajuda, ou resgate financeiro, não são mais do que um processo conhecido milenarmente por agiotágem. O dinheiro é emprestado, sai do Estado para os Bancos, a fim de cobrir a dívida pública, sai dos Bancos nacionais, para os Bancos estrangeiros, a fim de cobrir os empréstimos que financiaram estes bancos no processo de transformação das suas dívidas em dívida do Estado, e o mais interessante é que no fim o Estádo Português terá de pagar estes empréstimos mais os juros que UE, FMI e BCE imposerem. Confusos??? De facto os processos financeiros engendrados para fazer a riqueza nacional fluir para os Bancos e destes para o capital internacional, não são sempre óbvios, e nem sequer são simples, mas ao fim e ao cabo visam criar as condições para empobrecer a população fazendo com que as necessidades forcem os trabalhadores a aceitar situações em que já não conseguem sequer satisfazer as suas necessidades, donde estabelecer as condições de uma semi-escravatura para produção em quantidade e suficientemente barato, para os mercados internacionais. Mas produzir em situações claramente controladas pelo exterior, ou seja dependentes tecnica e tecnológicamente do estrangeiro.
Não sabem, nem a sua situaão permite ver, os trabalhadores dos países do norte da Europa que eles são as vítimas seguintes, primeiro com a deslocalização para os países empobrecidos, que podem dar ao patronato maiores margens de lucro, forçando-os depois à aceitação tendencial das mesmas condições impostas aos seus camaradas de classe.
Toda a barragem que possamos estabelecer é assim não só de defesa dos direitos e regalias da classe trabalhadora nacional, mas a um prazo não tão longo quanto isso, de todas as classes trabalhadoras a nível internacional.
É um imperativo por isso lutar por todos os meios disponíveis, contra esta ingerência, contra os planos traçados de apropriação da riqueza nacional e num gesto iminentemente internacionalista, contra o recuo universal das conquistas dos trabalhadores.
À luta, com o 25 de Abril, pelas conquistas dos trabalhadores !
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