segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O que não há em Gaza



Desde antes do Ano Novo que a Aviação Israelita vinha bombardeando a Faixa de Gaza a pretexto de defender as populações de Sederot e Asquelon. Esta postura escondia que tinha sido o próprio Estado de Israel a quebrar o ténue compromisso com o Hamas, ao assassinar dirigentes seus, antes mesmo dos Rockets disparados contra as cidades de Israel.

Fazer o mal e a caramunha retira ao Estado de Israel todo o direito de afirmar que se defende, porque só se defende quem é agredido, e Israel tem ao longo dos anos procedido como instrumento de agressão, quer com a destruição de bens dos palestinianos, quer com a própria invasão e colonização de território árabe.



Não vou estar aqui a fazer as alegações de tudo o que se tem passado, mas a verdade é que até hoje Israel ocupa e tenta legitimar a posse dos Golã Sírios, e que vai autorizando a expansão de velhos e novos colonatos por forma a garantir que nunca venha a existir uma Palestina viável, além de recortar o território a seu bel-prazer à força de um Muro que nem sequer respeita as fronteiras internacionalmente traçadas, ou mesmo as linhas de armistício de 67.



Se o Hamas hoje existe é porque Israel em determinado momento estimulou o seu crescimento de forma a fragilizar a OLP enquanto força representativa dos Palestinianos, procurando desta forma atingir a balcanização da Plestina, o que aliás logrou fazer.

Logo se Israel hoje se queixa, é sem qualquer razão, e só poderá ter legitimidade para o fazer quando a Palestina existir fruto de negociações sérias, que incluam jerusalem Leste, a retirada total da Cisjordania, o direito de retorno ao Estado Palestiniano de todos os refugiados, o desmantelamento de todos os Colonatos, e a retirada dos Montes Golã. Nesse momento Israel terá todo o direito de viver em Paz com a segurança das suas populações garantidas e respeitadas. Até lá não.

Aliás será por fim bom recordar que se hoje Rockets caem sobre os israelitas de Asquelon e Sederot, aquando da fundação do estado de Israel foram as populações que hoje habitam em Gaza, as que destas cidades tiveram que fugir perante as armas do Estado judaico. Para quem tanto fala que os outros os querem jogar ao mar, seria bom analizarem as suas próprias acções, só que estes senhores parecem esquecer uma das principais máximas talmudicas, que manda observar os nossos actos antes de criticar os outros.



O que não há em Gaza, é o direito do povo Palestiniano viver em PAZ, e esse só poderá existir em Israel quando existir na Palestina. Até porque qualquer povo tem direito à sua independência e a viver em Paz no seu território.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Amigo.

Chegaste e logo começaste a lutar.
Devemos utilizar o máximo de Blogs para denunciar e combater o nazi/sionismo.Isto é o mínimo que podemos fazer por este POVO Mártir da Palestina. Dia 8 às 18 horas vamos estar em frente da embaixada de Israel. Não faltes .

Leão

Carlos Moura disse...

Lutar, lutar sempre, mesmo que tenha de ser a cada minuto das nossas vidas. Por este Povo, lembro-me de uma reportagem de 83 na revista Kontakt da FDJ, em que se falava de uma criaça palestina que tinha passado alguns dias numa colónia de férias na RDA, perguntava a reportagem "onde será que está Salah". Pergunt-me ainda hoje onde estará agora?
Abraço