quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Mulher que morreu cem vezes



Ao longo destes perto de sete anos todos ficamos a conhecer a saga de Ingrid Betancourt. Para quem não seguiu a história do início, esta antiga candidata presidencial Colombiana foi detida pelas FARC, durante a campanha eleitoral, permanecendo detida desde então por este exército guerrilheiro.
É questionável qual o motivo que levou os revolucionários a procederem à detenção desta mulher. Em principio as suas propostas enquanto candidata até pareciam vir de encontro às aspirações das forças guerrilheiras. Contudo há uma coisa que é inquestionável e nunca é dita, é que o regime “democrático” do Presidente Uribe, chamado de corajoso por responsáveis editoriais cá da parvónia, procede à prisão sem acusação e desaparecimento de inúmeros lideres sindicais, perante o encolher de ombros dos poderes instituídos.
É também muito evidente que, a Sr.ª Betancourt, gozava no momento da sua libertação de uma boa saúde, facto aliás corroborado pelos médicos, o que contrasta flagrantemente com as notícias que lhe atribuíam um sem número de maleitas, desde doenças de pele, malária, infecções no fígado, etc., que a teriam já morto, tendo em conta as condições do seu cativeiro.
Ou seja, a pretexto de uma causa humana, que era a sua libertação, a imprensa, do nosso burgo e não só, mentiu. Mentiu e continua mentindo, quando, sem afirmar insinua que os “raptos” são um meio de financiamento das FARC, quando nem um só cêntimo foi pedido, em qualquer momento, em troca da Sr.ª Betancourt.
Não se quer dizer com isto que as forças armadas revolucionárias estejam isentas de responsabilidades, inclusive em parte do narcotráfico, mas estão muito longe de serem o bando de gangsters que alguns tentam fazer crer. Especialmente se comparados com o próprio governo Colombiano. Quanto a Ingrid, esperemos que se venha a recandidatar à Presidência Colombiana e que possa ser uma voz mais na busca do fim de um conflito de mais de quarenta anos.
in Registo

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