sexta-feira, 18 de julho de 2008

El deziocho de Julio

fonte:http://www.youtube.com/watch?v=Cq8LFWUzOK4


Passam hoje 72 do Levantamento fascista contra o legítimo governo da República Espanhola, esta é uma data que importa lembrar, e lembrar sempre. Não nos podemos esquecer que milhões de pessoas foram mortas, deslocadas, viveram no exílio, passaram por campos de concentração dentro e fora da Espanha, foram torturadas, viram serem-lhes negados os seus direitos cívicos, culturais, linguisticos, em feridas que duram até hoje na sociedade espanhola e que os vencedores procuraram e procuram ainda hoje esconder, com a cumplicidade activa de Governos que tentam por no mesmo prato da palança quem procurou activamente derrubar o Governo legitimamente constituído e quem o procurou defender.

Hoje a Espanha não é a República que as eleições municipais de 1931 impuseram, e que a vitória da Frente Popular, de Fevereiro de 1936, reforça. Esta é a única legitimidade possível, nem o desejo de Franco de restabelecer a Monarquia Burbónica, com um Rei que jurou lealdade aos principios do movimento de 18 de Julho, nem o Referendo constitucional, que a consagrou, porquanto qualquer um escolheria entre dois o mal menor, legitima o actual sistema do Estado Espanhol, ou sequer resolve as profundas contradições, raízes da violência declarada, ou subtíl que afecta as realções da sociedade, desdos eleitores até às autonomias.

A lei de memória tranquilizou e abriu caminho a que penosas situações, como as valas comuns, ou as epígrafes franquistas, que humilhavam os repubilicanos e lhes lembravam a cada momento que esta Espanha, com ar civilizado e europeu, estava longe de ser aquela pela qual se haviam batido, não resolveu os problemas mais profundos da impunidade dos fieis partidários e serventuários do fascismo, que lucraram grandemente, quer monetáriamente, quer em poder, com o levantamento militar e derrota da República.

Nada está portanto resolvido, e nunca poderia estar, enquanto se pretender apagar da memória dos povos os momentos em que puderam ser um pouco mais livres e viver com uma dignidade que antes lhes fora sempre negada. Enquanto as questões não forem retomadas no processo histórico, enquanto não houver justiça, que nunca poderá passar pela consideração de que é para todos um monumento que não é para si, por muito que o trabalho tenha sido o trabalho forçado dos Repúblicanos. Enquanto a legalidade do Estado o não for de facto. Não estaram criadas as condições para vencer os legados mais negros que a história de Espanha deixou. Isso só acontecerá com uma Espanha onde de igual para igual se reconheçam os povos que integram o estado, as classes que integram o país, sentindo-se verdadeiramente representados desde a mais alta hierarquia.

Viva la República

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