sábado, 27 de outubro de 2007

São pessoais os lugares eleitos?


Nos últimos tempos, mas não só de hoje, espreia-se pelos meios de comunicação uma garrida discussão sobre a atitude do PCP face à Deputada Luísa Mesquita, e outra não menos colorida em relação ao Sr. Presidente da Câmara da Marinha Grande. João Barros Duarte.
Estes eleitos nas listas do PCP, no âmbito da coligação CDU, entendem que não devem renunciar aos mandatos conquistados a pedido do Partido. Argumentam, com legalidade, que os lugares são pessoais e portanto são seus e não do Partido. Digo legalmente porque moralmente os lugares pertencem apenas aos eleitores que os elegeram e, portanto, o respeito destes cidadãos tem de ser antes de tudo tido em conta.
Admitamos que estes cidadãos não tivessem assinado um compromisso de honra para com o Partido pelo qual foram eleitos. Neste caso o seu único compromisso seria para com o programa pelo qual foram sufragados pelas populações. Se não for admitido esse compromisso, então, equivale a dizer que os programas que se apresentam ao eleitorado nada valem e, que as eleições se fazem pela cara mais ou menos simpática de um candidato, como se de um concurso de misses se tratasse, o que não é o caso.
Logo os eleitores elegeram representantes de um programa a concretizar nos órgãos hierarquícos, e esses tanto quanto é evidente só podem ser concretizados em função da confiança política das forças que o apresentaram.
Não é pois um torção da democracia por parte do PCP que conduz à presente situação, mas a postura de pessoas que não são já capazes de levar a cabo os programas que se comprometeram a cumprir, nem de respeitar os acordos que realizaram com o Partido que os propôs a fim de levar a cabo esse programa. Logo para manter um mínimo de coerência, se é que com isso se importam, deveriam sair por seu próprio pé, em respeito até pelos que sufragaram o programa eleitoral da CDU.

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