quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Em Luta


A grande manifestação de hoje serviu para mostrar claramente, a quem disso tinha dúvidas, que há muita gente disponível para lutar contra a perda de direitos laborais conquistados com o esforço de mais de cem anos de luta.
Querer, como querem os governos europeus de carácter neoliberal, que iremos reverter anos de lutas e sofrimentos, a bel prazer da maximização do lucro pelo capital. Produzir com regalias ao nível do terceiro mundo, onde não existem regulamentos, salários humanos, ou por vezes sequer sindicatos. Ajudar a globalizar a injustiça, em lugar de globalizar direitos de cariz social, pagos pelo estado, que somos todos nós, ajudando a minimizar as diferenças sociais. Encontrarão em milhares ou mesmo em milhões de homens e mulheres na Europa e por esse mundo afora uma resistência tenaz que não conseguirão em último caso ultrapassar.
Gritamos que "quem luta sempre alcança, queremos a mudança". Queremos de facto uma mudança profunda em relação a estas investidas que mais não procuram do que diminuir os custos com o trabalho, embolsando todo o lucro que puderem não lhes importando quem é esmagado no caminho.
A luta de quem se opõe a essa situação, é também a luta dos que se opõem ao descapitalizar da assistência social do estado, à sua privatização, à privatização de bens e serviços que só o sector público pode prover com justiça e equidade à nossa população, da saúde, à educação, passando pelo ambiente e a cultura.
A falsa noção de que não existem fundos para pensões de reforma se estas não forem reduzidas ou entregues aos privados, cai imediatamente por terra quando comparada com os lucros da banca, que como se vê nos últimos dias servem, em último caso, para alimentar negociatas mais ou menos escusas, mais uma vez tentando a acumulação de capital nas mãos de uns quantos.
Os direitos dos trabalhadores e dos povos europeus não são garantidos por quaisquer tratados que escapam ao escrutinio dos povos, muito menos quando vimos que quando escrutinados não passam no julgamento destes.
As noções que a Europa entraria em crise imediata sem o tratado proposto são tão erróneas quanto o é a ideia que as instituições europeias estão em crise neste momento. É falso! O que este tratado garante é a possibilidade de uns quantos, poderosos, actuais senhores do mundo possam a coberto de uma democracia que o não é decidir sobre os destinos e vidas dos trabalhadores e povos sem necessidade de se preocuparem em prestar-lhes contas. É a impunidade total das Comissões é a possibilidade de desregular completamente o mercado laboral.
A manifestação de hoje serviu e serve para mostrar que não será impunemente que o fazem, e que não conseguiram esmagar os direitos dos trabalhadores e dos povos duramente conquistados

Sem comentários: