terça-feira, 9 de novembro de 2010

Até à Liberdade é mais um passo.

O Reino do Marrocos mostrou, como se de mostrar precisa-se, que não está disposto a aplicar nenhum dos princípios de autodeterminação à dos povos da Carta das Nações Unidas, no que diz respeito ao Saara Ocidental.

Após ter hipocritamente assinado um acordo relativo a um processo de referendo, e digo hipocritamente porque o desenrolar do processo demonstrou que nunca fez tenção de cumprir, o Reino de Marrocos aproveitou a véspera do início de nova ronda negocial, a ter lugar em Nova Iorque, para invadir, e queimar o Campo de proptesto da Dignadade, raptando, prendendo e matando quem lá se encontrava, naquele que é já um dos mais graves processos repressivos contra a população saaraui de sempre.

Quem quer que conheça a actuação do Reino de Marrocos no Saaara desda marcha verde, ou mesmo a sua actuação dentro do próprio Marrocos em relação aos opositores ao regime, actuação terrorista que começou praticamente após a independência, com o assassinato do lider socialista Ben Barka, não estranha que mais uma vez direitos humanos nada significam para o Governo e o Rei marroquinos, e que para os seus aliados ocidentais a aplicação destes tem um significado maleável conforme as situações são ou não do seu agrado político.

Ninguém tem hoje dúvida que o "grande amor" de Marrrocos pelo Saaara Ocidental é um grande amor pelos fosfatos ou pelos bancos de pesca da costa saaraui,e que por aqui se fica pois em mais de trinta anos nem um só estabelecimento de ensino superior foi construído no território, nem as condições de vida da população local melhoraram e apenas vivem com relativo desafogo os colonos marroquinos que foram colocados no território, na tentativa de alterar demográfica e culturalmente a face do território, tornando os sarauis minoria na sua própria terra.

Históricamente conhecemos várias situações similares, como a Irlanda, a Africa do Sul, ou a Palestina, mas notamos que mais cedo ou mais tarde essas políticas estão destinadas ao fracasso, maugrado o tempo e o sofrimento que acarretam até serem derrotadas. Assim acontecerá também inevitavelmente com o Saara Ocidental.

As tentativas do Reino de Marrocos para levar os Saarauis a aceitar outra coisa que não a sua independência, por muito recurso aos meios violentos e por muitas tentativas de silenciar mediaticamente a questão, estão portando destinadas ao fracasso e nada mais claro do que o recente massacre para reconhecer isso. Seria mais produtivo que o Marrocos retirasse dese já, mantendo alguma face, do que ser forçado a fazê-lo perdendo a réstia de credibilidade que ainda têm.

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