sábado, 24 de abril de 2010

Abril somos nós


Todas as Associações, Colectividades, ONG's das mais variadas naturezas, tenham ou não nascido depois do 25 de Abril, estão a este intima e definitivamente ligadas. Não fora a Revolução de Abril e não duvidemos que o campo de intervenção, as possibilidades de se fazerem ouvir, e as suas iniciativas públicas, estariam sempre sujeitas à permissão do regime ou far-se-ião no quadro de resistência.

O quadro constitucional de 76, ao restringir e bem as acções da Defesa Nacional ao cenário de agressão externa, impediu que o exército pudesse ser constitucionalmente utilizado contra a população discordante, e basta lembrar-mo-nos do que foi a tentativa da repressão da Greve Geral de 82, ou o bloqueio à ponte, para nos ficarem poucas dúvidas sobre a probabilidade de isso ter acontecido.

Hoje, a propósito da Destruição Constitucional proposta pelo PSD, já vozes se levantaram sugerindo também neste campo "alterações", muito longe de serem apenas cosmética. A substituição do termo Defesa Nacional, por Segurança Nacional, não é apenas semântica ou de modernização anglo-saxónica do termo. A partir que os Governos, Presidente, o Conselho de Segurança, tivessem hipótese de definir os parametros dessa segurança, entrariamos irremediavelmente no campo dos inimigos internos, e temo que pudessem ser os sindicalistas, os profassores, os camionistas, os ambientalistas ou mais provavelmente as tradicionais vitimas da Segurança Interna, os comunistas.

Ficaria também aberto o caminho para utilizar o exercito para travar greves, protestos, cortes de estradas, ou simples manifestações espontâneas. Aterrador não? Mas há quem o proponha. Seguramente gente que gostaria de espalhar por aí os bons bons modelos britânicos e norte-americano de lidar com os desafectos.

As Associações, Colectividades, Agremiações e ONG's de todas as naturezas, são filhas de Abril, e estariam por certo entre as primeiras vitimas deste proto-fascismo da era moderna. É necessário preservar Abril.

2 comentários:

Leão disse...

A situação que hoje vivemos é muito grave. Abril corre muito perigo. Os ideais de Abril tem vindo a ser destruidos e alguns daqueles que em Abril participaram acham que o importante é a festa de mais um aniversário.É preciso mais do que festa, é preciso lutar,pois com a tal revisão da constituição que já exigem rápidamente teremos de novo a ditadura terrorista dos monopólios. Só não conseguirão restaurar o império, mas noutras guerras de outros impérios serão as gerações futuras lançadas.
É PRECISO LUTAR !
Leão

Carlos Moura disse...

Todos os sinais estão à vista. As garras já ai se mostram, ameaçadoras como antes e antes desse antes.
Todas as grandes batalhas estão ainda por travar. As condições para as virmos a travar terão de ser definidas agora, ou correremos o risco de as vir a travar em terreno ainda mais desfavorável.
É hora não de doces abraços, não de ternuras. É hora de nos prepararmos para as perdas e agruras. É hora de enfrentar todos os riscos, só a vitória nos interessa, só ela é certa.
É hora de lutar.
Um grande abraço