terça-feira, 8 de abril de 2008

Vemos, ouvimos e lêmos, não podemos ignorar



Contrariamente ao que é o meu hábito, inicio hoje com um video. Video esse que apresenta uma intervenção num programa de televisão a intervenção de uma pessoa real, com problemas bem reais, e que são sentidos pela vasta maioria da população portuguesa.

Para quem pare e pense é notório que algo está mal quando, durante estes anos todos em que a crise não existia no sector financeiro, os lucros gerados pela exploração do sector bancário tenham ficado praticamente livres de contribuições ao estado fazendo com que a riqueza gerada pelo país não fosse redistribuida pela população. É preocupante que vastas camadas da população estejam a receber os mesmos salários que há quatro ou cinco anos atrás, quando todos os bens essenciais à vida aumentaram. É preocupante que no entanto as transações em bolsa tenham continuado isentas de pagar mais valias. É preocupante que, se procure gastar menos com os cidadãos encerrando serviços básicos de atendimento na saúde e assistência, abrindo nos mesmos locais, sem concorrência serviços privados a cuja maioria da população não chega.

Esta semana mesmo aconteceu algo nos EUA, que havia já acontecido na Grã-Bretanha, com a utilização de dinheiros públicos, vindos dos impostos, para salvar da falência bancos privados. Ou seja o Estado (todos nós) compra(mos) um banco falido, reestrutura(mo)-(l)o, e entrega(mo)-(l)o depois de gastos alguns milhões na sua recuperação aos antigos donos para que continue lucrativo em mãos privadas. Ou seja os lucros são para alguns, os danos são para todos. Isto, tanto quanto eu sei é gestão lesiva dos interesses do estado, impondo sacrifícios a quem não tem, para garantir previlégios a quem tem. Num sistema sério os governantes seriam presos por gestão danosa.

É bom reflectir nestas e noutras situações que vamos observando. Não é possível defeder mais a ideia que o mercado funciona, nem por si, nem regulamentado. O mercado chegou já ao limite da desfaçatez dos seus intervenientes, e é necessário avançae rumo a uma outra abordagem sob o risco de perecermos todos.

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