quarta-feira, 16 de abril de 2008

Liberdade de Expressão





O Período de "Democracia", internacionalmente e socialmente aceite, em que vivemos tem destas. O Movimento de Utentes da Carris, que congrega várias comissões de utentes da cidade de Lisboa. Reuniram perto de 10000 assinaturas contra a restruturação da rede da Carris da Rede Sete; Pediram para ser recebidos pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicaçãoes, pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa; pela Administração da Carris, e pelos Grupos Parlamentares na Assembleia da República. Foram recebidos pelo Ministério, pela Carris após uma longuíssima espera e pelos Grupos Parlamentares. A Presidência da Câmara Municipal de Lisboa ignorou olimpicamente o pedido desta Plataforma.

Ainda assim, e apesar do enorme interesse da Carris que reuniu com a Plataforma durante Quatro horas, nenhuma das suas reivindicações foi atendida. A Plataforma passou então a acções de rua, tendo parado vários autocarros e mesmo todo o trânsito em várias artérias da cidade, por vezes mobilizando mais de 200 pessoas, destes acontecimentos pouquíssimos jornais deram a notícia e nenhuma televisão sequer falou disso.

A Plataforma resolveu levar a cabo uma rábula em plena Rua Augusta às 15 horas, para que fosse impossível dizer que não tinha acontecido nada. Informou de antecedência os Jornais, as Rádios, as Televisões. Confirmou com estas a recepção da informação.O único jornal presente foi o Correio da Manhã. Desta cobertura nenhuma notícia saiu na comunicação social.

Rompendo o cerco que o poder nos move, escudando-se em critérios jornalísticos que ninguém conhece, e para que alguém saiba que se passou de facto um acto de incontestável importância, ficam aqui as fotos do evento. Mas para que se conheça a justeza das reivindicações fica também a transcrição do Caderno Reivindicativo do Movimento.

Não nos calarão:







Movimento de Utentes da Carris
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Há muito, enquanto grupos de utentes de várias zonas de Lisboa, vínhamos questionando a pertinência da exiguidade de horários nocturnos e dos percursos que serviam as nossas freguesias, bem como a completa ausência de cobertura de importantes zonas habitacionais da mesmas, porém, a situação criada com a implementação da primeira fase, mas principalmente da segunda fase, desta reestruturação tornou imperativa a tomada de posição e luta contra as medidas adoptadas.

A similitude de problemas e a identidade de objectos conduziram a que quatro destas Comissões, muito embora existam mais na Cidade de Lisboa, se tenham Associado no sentido de assim não só potenciar as nossas acções mas também criar sinergias nas nossas reivindicações por forma a vê-las satisfeitas.

Assim ao apresentar-mos perante os Grupos Parlamentares na Assembleia da República os motivos que nos levaram a enveredar por uma contestação activa, trazemos também ao conhecimento dos Deputados a existência destas estruturas que, não obstante informais, representam uma forma legitima de união das populações em torno da defesa do interesse comum de Alfama, Campolide, Estrada de Benfica e Olivais, fazendo referência também à do Bairro da Boavista, que não se encontrando connosco representa contudo um importante contributo em defesa dos transportes públicos nesta zona da Cidade.

Assim, embora com pontos comuns, cada Comissão contribuiu para a elaboração deste documento com as indicações que concernem a solução dos seus problemas específicos:

O Grupo de Utentes em Defesa dos Transportes em Alfama definiu, juntamente com a população do bairro as prioridades a levar em conta pelo Governo através do Ministério da tutela e pela Administração da Carris, em defesa das carreiras de autocarros que deverão continuar a servir a população do nosso Bairro.

Pretendendo:

• Que as carreiras 709 (ex. 9), e/ou 746 (ex. 46) continuem a ter o seu términos na estação de Santa Apolónia para que a população do Bairro de Alfama tenha a oferta de transporte público à superfície que deve ter de modo a não se ver privada de tão importante meio de locomoção, principalmente no trajecto Alfama centro da Cidade de Lisboa;
• Que passe a haver uma carreira de autocarros a passar pelo cemitério do Alto de São João, trajecto que a população do bairro se viu privada desde há muitos anos a esta parte, desde a eliminação do eléctrico n.º 24, sem existir da parte da tutela ou da administração da empresa que deveria fornecer o transporte público à superfície, a preocupação para colmatar esta lacuna na mobilidade da população do Bairro de Alfama. Sugerimos, por isso, a alteração da carreira n.º 35 que tendo o seu términos na Praça do Chile, poderá fazer o trajecto pela Avenida Afonso III, de modo a que possa levar as pessoas do Bairro de Alfama até ao cemitério do Alto de São João;
• Que, de todo, não seja substituído o transporte público á superfície pelo Metropolitano de Lisboa!

A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos em Campolide define como prioridades a ser tidas em conta pela Administração da Carris e pelo Ministério das Obras Públicas transportes e Comunicações, que a tutela, as seguintes situações:

• Que a Carreira 713 retome o seu percurso anterior à reestruturação da Rede 7, segunda fase, servindo a Boavista, o Largo do Corpo Santo e Praça do Comércio, sendo estes destinos compatíveis com a necessidades da população, sem ligações directas, em contraposição a destinos como Estrela; Rato; Amoreiras; Marquês de Pombal, servidos respectivamente pelas Carreiras 27 (727); 58, 74; 48, 53, 23 (723) e 711, bem como a Carreira 2 que com um trajecto mais curto serve os pontos de partida e término da agora reestruturada 713.
• Que o Bairro da Bela Flor seja servido por uma Carreira de autocarros, quer por alteração do percurso da actual Carreira 702, quer por criação de nova carreira. Neste momento não existe qualquer serviço de transportes públicos dentro do Bairro.
• Que a carreira 2 (702) retome o seu percurso à Baixa. Na realidade a solução oferecida de transbordo para a carreira 711, além de implicar perdas de tempo (os horários são na generalidade desencontrados e muitas das vezes ao chegarem ao Marquês de Pombal o autocarro da carreira 702 parte antes que o 711 vindo da Praça do Comércio chegue à paragem), implica um elevado incómodo para uma população envelhecida, para quem o Metropolitano não é alternativa por implicar uma deslocação a pé entre paragens e um custo agravado de transporte. Além disso, ao contrário do que é afirmado a procura dentro dos períodos de ponta da manhã e da tarde não são desprezáveis.

A Comissão de utentes dos transportes públicos da Carris da Estrada de Benfica, definiram como prioridades a considerar pela tutela e pela Administração da Carris:
• Que seja retomada a carreira 63, suprimida aquando da primeira fase da reestruturação da Rede Sete, e que servia a deslocação de e para o Hospital de Santa Maria, bem como os estudantes das várias Universidades e Faculdades situadas nesse término, principalmente tendo em conta que a Estrada de Benfica é um eixo que serve a multi-modalidade aos serviços de Caminhos de Ferro.
• Que seja retomada a ligação directa à Baixa, através da Carreira 746, encurtada no seguimento desta segunda fase da Rede Sete, ao Marquês de Pombal, e que servia em grande medida os utentes na ligação aos serviços de Barcos e à própria CP em Santa Apolónia, forçando-os à utilização do Metropolitano, com superior gasto de tempo e dispêndio de dinheiro.
• Que fosse alargado o horário do percurso da carreira 58 (758) até às Portas de Benfica, até às 00,30. O actual horário de término em Sete Rios a partir das 21,45 é altamente prejudicial para toda a população residente no eixo da estrada de Benfica, que nem sequer se encontra servida pelo Metropolitano.

A Comissão de utentes dos Transportes da Freguesia de Santa Maria dos Olivais, entendeu em conjunto com a população, definir como linhas de orientação prioritárias a ter em consideração pela Administração da Carris e pelo Ministérios da Obras públicas Transportes e Comunicações:

• A retoma dos serviços da carreira 105, eliminada na sequência da reestruturação Rede Sete, segunda fase, que permitia a ligação dos vários Bairros do Norte e Sul desta freguesia, que de outra forma se encontram praticamente isolados uns dos outros durante fins de semana e feriados.
• Fosse retomado o acesso ao bairro de Alvalade e ao Hospital Curry Cabral, inexistente desde a eliminação da carreira 21, na reestruturação da Rede Sete – primeira fase – obrigando os habitantes da freguesia a vários transbordos.
• Fossem analisados, com carácter de urgência, os horários nocturnos dentro das carreiras circulantes dentro desta freguesia, pela carência e impossibilidade real de deslocações após as 20,30.

Finalmente a Comissão de Utentes da Carris, do bairro da Boavista considera fundamental a retoma do percurso original da carreira 43, encurtada na sequência da reestruturação, e que obriga a população deste Bairro e dos Bairros do Zambujal e Buraca, a deslocarem-se a pé pelo interior do Monsanto, de forma a poder aceder ao transporte público.

Nós as Comissões de Utentes reunidas nesta Plataforma, relembramos ainda que uma eficiente e moderna rede de transportes públicos rodoviários, que sirva de facto as populações e que permita a transferência de utilizadores da viatura particular para o modo público tem, à partida, de garantir o transporte em tempo útil, com razoável conforto, e a um custo compatível com o nível de vida da população que se pretende servir, e consideramos que neste momento estas três vertentes essenciais não se encontram satisfeitas. Lembramos ainda que, todos os estudos efectuados nesta matéria demonstram que só uma oferta de qualidade e quantidade superior, e que isto representa um investimento necessário, podem no futuro garantir o sucesso do transporte público nas grandes cidades, como Lisboa, com os óbvios ganhos em Mobilidade, Satisfação, e qualidade de Vida e Ambiente.


Lisboa, 31 de Janeiro de 2008


A Plataforma de Comissões de Utentes em Defesa dos Transportes Públicos

3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

A Liberdade de Expressao cortou 2 comentários??

Enfim, reparem que o 713 circulava vazio da Lapa para a Praça do Comércio e só apanhava passageiros desde o Conde Barão para a Praça do Comércio. Estes têm o 25 e o 60 que foram reforçados, mais o 794.
Reparem agora como é que o 713 circula agora: cheio! Por alguma coisa a reestruturação da carreira foi efectuada (e bem), permitindo a ligação de Santos às Amoreiras e a ligação Alcantara-Lapa-Estrela que a carreira 27 efectuou durante quase 50 anos e que, com a sua eliminação em 2006, deixou de ser efectuada.

As comissões servem para defender melhores coisas às populações, não o contrário (penso eu). De acordo com este princípio, não vejo qual a necessidade de colocar o 713 no seu percurso inicial pois os passageiros que iria apanhar, encontram-se servidos (e bem melhor) com outras carreiras. Vejamos:
Alcantara-Praça do Comercio: 60. O 713 dava uma volta pela Lapa que comia 12 minutos a quem fosse fazer esse percurso
Lapa-Praça do Comercio: 25. Além do 713 passar em paragens opostas às do 25, o 25 é muito mais directo e muito mais adequado nesta ligação.
Alcantara-Sao Bento e Lapa-Sao Bento: a carreira 773, com menores intervalos de passagem e um período de funcionamento maior, garante essa deslocação.
Conde Barao e Sao Paulo-Praça do Comércio: Percursos já servidos pelo 25, 60 e 794!
Sao Bento-Praça do Comércio: servido pela 706 que tem um período de funcionamento maior do que o 6 e circula pela Av 24 de Julho, ou seja, por um percurso mais rápido e servindo a estação de Santos (ligação à linha de Cascais).

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