sábado, 21 de maio de 2022

Se isto é em Kiev, não há vergonha!

A imagem que junto a este apontamento foi publicada no Diário de Notícias on-line. Digo-o primeiramente para que não me acusem de reproduzir fotos sem indicar a sua proveniência e segundamente porque o jornal não indica o local onde foi colhida, pese embora todas as que a acompanham indicarem que é Kiev, capital da Ucrânia.
Se é Kiev então a desvergonha total tomou conta do governo ucraniano e dos seus responsáveis.
O cartaz é uma celebração da Grande Guerra patriótica contra a Alemanha nazi em 1941-1945. Relembra esse facto, em russo, junta uma insígnia do exército soviético em forma de estrela vermelha com a foice e o martelo.
Tudo seria normal, dado estarmos no mês da vitória sobre o Nazi-fascismo. Porém há coisas que não caem bem:
 1- Os simbolos soviéticos foram proíbidos e banida a sua exibição pública na Ucrânia após o golpe de 2014 (conhecido como Maidan), sob pena de multa e até de prisão. Como pode um cartaz deste governo, que criou e mantém este estado de coisas exibir públicamente a Estrela Vermelha e a Foice e o Martelo, em manifesta contradição com a sua própria lei? A resposta é clara. Procura hipocritamente apropriar-se de uma data e simbolos gratos à população, procurando limpar-se da imagem que tem intrinsecamente colada a si de seguidores de Bandera, nazis-fascistas, que proibiram o partido comunista e outros partidos de esquerda, perseguindo, torturando e matando os seus militantes.
2- O cartaz em questão está escrito em russo. Como pode um cartaz disponibilizado publicamente pelo Governo Ucraniano estar escrito em russo, quando foi o Governo saído do golpe de 2014 (conhecido como Maidan) na sua primeira legislação a retirar o estatuto de oficial à Lingua russa, proibindo o seu ensino, e hoje a proibir o seu uso em livros, jornais, rádios, revistas, emissões de televisão, e criminalizar com recurso a multas e até prisão quem fale, ensine ou aprenda esta lingua? A resposta não é difícil. O Governo de Kiev procura afastar de si as acusações de xenofobia, de prosseguir uma política em tudo semelhante ao apartheid sul-africano e às políticas contra as populações árabes sob controlo de Israel.
3- Como pode o Governo da Ucrânia disponibilizar publicamente um cartaz a celebrar a vitória do Exército Vermelho sobre o Nazi-fascismo, quando a celebração do Dia da Vitória está oficialmente proibida pelo Governo deste mesmo país, estando igualmente proíbidas as exposições públicas da Bandeira da Vitória (da URSS), das Estrelas Vermelhas do exército soviético ou a fita negra e laranja (fita de São Jorge) que celebram a resistência e luta contra o invasor Nazi, sob o risco de imediata identificação, prisão e entrega à polícia política SBU? A resposta é fácil. Mostrar a sua declarada simpatia e até mesmo adesão ao Banderismo-Nazi-Fascismo cairia muito mal junto daqueles que no ocidente não conseguiram ver com clareza o que de facto representa o Governo da Ucrânia pós Maidan, mas que abominam as doutrinas Nazi-fascistas. É necessário que acreditem que é um governo democrático e que nunca fez nada do que na realidade fez.
É por isso que é de uma total falta de vergonha, de um total desrespeito pelas vitimas do nazi-fascismo, de um total insulto a todos os povos que lutaram para derrotar a barbárie Nazi, inclusive o Povo Ucraniano, aquilo que este Governo está a fazer utlizando os simbolos e a lingua que proibiu, para fingir celebrar uma vitória que não é sua e que não sente e que gostaria de poder reverter historicamente.
Não temos dúvidas ou ilusões sobre a natureza e interesses que serve o actual governo da Rússia. Não temos dúvidas ou ilusões que não se trata de um governo socialista, com a menor inclinação socialista, ou menor simpatia com a causa da libertação dos povos. Mas pelo menos não procurou activamente promover e celebrar a ideologia ou os principios do Nazi-fascismo.
Por isso e apesar desta agressão não ser do interesse dos povos, a falsidade e falta de vergonha de quem em Kiev se quer manter, enganando quem de boa vontade se sente tocado pelo sofrimento das populações, não deixaremos o passo livre ao Fascismo e ao Nazismo. NÃO PASSARÃO!

Sem comentários: