quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O que é um terrorista



Para mal da humanidade terrorista é um epíteto aplicado a torto e a direito abrangendo um leque de pessoas com as mais variadas motivações e objectivos e tem servido ao mesmo tempo como justificativa para denegar os direitos de milhões por esse mundo fora misturando-os com outros que de facto pensam calcar a pés os direitos alheios.
Estes últimos estariam melhor acompanhados por gente designada de respeitáveis empresários e democratas de não se pôr defeito e que pululam por aí procurando reduzir a maioria da população a um estado de ausência de direitos que se não via desde o tempo dos inícios da revolução industrial. 
Porém não é disso que hoje se trata. Os portugueses chamaram aos combatentes dos movimentos de libertação das colónias: terroristas (quem não se lembra dos turras), os franceses assim chamaram à FLN na Argélia, assim chamam os Marroquinos à POLISARIO e de uma forma geral a todos os Saarauis  e assim chamou também o Governo do Apartheid à resistência do ANC. Não espanta que o Estado de Israel assim chame a todos os que exigem e se levantam contra a ocupação militar da sua terra, chamem-se Hamas, Fatah, FDLP e demais organizações, a maioria delas federadas na OLP.
Os levantamentos com pedras foram formas de resistência duramente reprimidas, com penas que podem chegar aos 20 anos e aos 4 anos para crianças.
Contudo uma notícia de hoje dá nota de que o soldado israelita culpado de matar a tiro um palestiniano ferido, que não representava já qualquer perigo para ninguém, recebeu uma pena menor do que as crianças palestinianas que atiram pedras, somente 18 meses.
Quando somos confrontamos com tamanha iniquidade não podemos deixar de nos revoltarmos perante gente que se acha ungida por Deus para maltratar e humilhar os outros - esquecendo um passado não distante e agindo contra este, insultando a memória de todas as vítimas e dos sobreviventes dos crimes Nazi-fascistas.
Chamando hipocritamente de terroristas todo um povo, apossam-se das terras, das casas, dos bens achincalhando esse povo e eliminando quem resiste. Esta sim é a essência do terrorismo: o crime consentido e ou apoiado pelo estado, seja ele o roubo, a ofensa ou o homicídio, a nível individual juntando-se outros crimes contra toda uma nação que outro paralelo não tem do que o III Reich. Podem ofender-se as virgens e dizer que Israel não pretende uma solução final genocida para com os palestinianos, mas a diferença entre isto e a prisão a céu aberto que Gaza se tornou ou a cogitada e não escondida deportação da Cisjordânia é tão pequena que não esbate a comparação. 
O tão apregoado ético e moral IDF não é como se vê nem uma coisa nem outra é apenas o braço armado de uma organização, essa sim terrorista, cujo nome é Estado de Israel.
A não mudar a sua conduta colherá em não muito tempo os amargos frutos da sua vergonhosa sementeira.

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