sábado, 21 de maio de 2016

Não. Não está morta!


Há 145 anos atrás começava a desenhar-se o sangrento fim da primeira tentativa de um Estado dos trabalhadores.
Pela primeira vez na história da humanidade os trabalhadores agiam para serem donos do seu destino é não mais meros instrumentos nas mãos de patrões que os exploram e sobre-exploram, mantendo-os numa miséria física e moral, destinando aos seus descendentes a manutenção de um lugar subalterno na ordem das coisas. Com pior escolarização, pior preparação, com uma velada discriminação no percurso escolar, entre pior acesso à alimentação, saúde e muitos etcaeteras.
Quis também o acaso que se célebre também o 70º aniversário do Governo da Frente Popular, que não sendo inteiramente dos trabalhadores era apoiado por estes e pelos seus partidos, garantido inúmeros avanços sociais, laborais e políticos  que mitigavam a indigência destas classes e faziam ter esperança que os ideais da Comuna eram possíveis sem se recorrer às medidas drásticas revolucionárias. Contudo tanto a derrota militar da Comuna, com todo o seu terror, prontamente disfarçado por historiadores e meios de comunicação, como as inversões de marcha nos e dos governos da social-democracia mostram que não há motivos para pensar que se chegará lá por meios ditos "legais" e que conhecer as correlações de forças é de particular importância.
As tergiversões euro-comunistas e o comportamento dos Governos socialistas/social-democratas, como actualmente a senha contra os direitos laborais perpetrada pelo Governo Holland-Valls em França são plenas demostrações que a ideia de manter uma ilusão de poder, no fundo apenas apenas subsideário e clientelar dos poderes fáticos leva a traír e renegar anos de história de lutas, sacrifícios e sangue derramado.
Quis o acaso que pudesse ter tido ocasião de poder homenagear pessoalmente as vítimas do terror da Burguesia subsequente ao derrube da Comuna, e portanto deixar aqui esta homenagem e reflexão sobre a negação dos crimes de ontem e de hoje, voltando contra as verdadeiras vítimas o dedo acusador, com o apoio daqueles para quem o poder não é ferramenta de alteração da realidade, mas apenas de gestão da mesma retirando daí proventos.
As lutas que se travam hoje em França contra uma regressão social sem precedentes, levada a cabo por gente que se afirma por tradição ligada á emancipação da classe operária e de todos os trabalhadores, vem mostrando que por muito que apregoem a Comuna e os seus partidários os Comunistas não só não morreram mas estão vivos para travar a luta dos 30.000 que então morreram, dos oitenta mil que morreram nos anos subsequentes, e de todos os que desde então caíram na luta pelo fim da exploração do homem pelo homem.
A Comuna vive!

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