Não sei se por ironia, se por memórias do passado, o nome da Cidade de Istambul figura como título da Convenção Europeia contra a violência sobre as mulheres. Digo ironia não porque creia que o povo turco tenha uma apetência especial para a agressão sobre o sexo feminino, mas porque segundo a mesma convenção a igualdade de facto e de jure é condição essencial para a eliminação do fenómeno da violência de género e, contudo chocam directamente com as palavras do Presidente Recip Erdogan, que ainda há dias afirmou serem homens e mulheres criados diferentes e que existem profissões que as mulheres não deveriam desempenhar, contrariamente ao que existia naquilo a que chamou a violência nos países socialistas. Penso que está tudo dito sobre a postura das autoridades turcas e da resposta que mereceriam da comunidade internacional, caso a comunidade internacional tivesse um pingo de vergonha na cara, não tem! disse por memórias do passado porque como todos sabemos, Istambul, então Constantinopla foi berço e casa de uma mulher que pese embora a sua má memória, se impôs como a força de autoridade local, chegando a impor também péla violência a sua vontade, ONE talvez houvesse a intenção de celebrar uma mulher de força.
Na realidade e infelizmente a escolha deve-se mais à pusilânime incapacidade de denunciar as posturas pouco consentâneas com a igualdade, quer de países ocidentais ditos industrializados, quer dos seus mais directos aliados, que podem receber cimeiras e conferências, dar nomes a documentos, que depois desrespeitam descaradamente.
A igualdade e a luta contra a violência contra as mulheres é parte de uma luta emancipadora da humanidade e enquanto não tiverem oportunidades iguais e reconhecimento social igual jamais se acabará com este flagelo, fruto do direito de propriedade em relação a outro ser humano. Nem Recip nem Teodoro, apenas seres humanos iguais em direitos, deveria ser isso que este dia internacional deveria relembrar.
(Por não apreciar Pão e Circo, não vou pronunciar-me sobre o Ex.Primeiro Ministro até existirem motivos muito claros)
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