Dito isto há uma Coligação que teve mais votos, mas que não pode exigir por isso que os outros partidos tenham de sufragar o seu programa. Se assim fosse estes não teriam concorrido com programas diferentes.
A necessidade de entendimentos é evidente mas não obriga ninguém a aceitar um programa que não quer.
O PS disponibilizou-se a negociar com os outros partidos. PCP aceitou, os Verdes, parceiros da CDU aceitaram, o Bloco de Esquerda aceitou. PSD E CDS-PP acharam que só tinham de ouvir e aceitar uma rendição incondicional. Só que o conjunto dos votos de PS, PCP, PEV, e BE são mais, e ainda que os programas sejam diferentes estes partidos se disponibilizaram em encontrar um entendimento de mínimos deixando questões mais profundas em espera.
Neste aspecto Constitucional e numericamente dificilmente se os pederá considerar derrotados, pois a derrota relativa é com efeito uma vitória absoluta.
Não adianta berrar nem gritar por arcos de governação inexistentes legalmente, nem por eleições de Primeiro ministro que também não existem, nem por "terem chegado primeiro" porque isto não é a fila do supermercado. E muito menos dizer que os eleitores do PS não votaram por uma coligação à esquerda, porque primeiro, isso ninguém sabe e segundo há quatro anos também PSD e CDS não concorreram coligados e depois das eleições foi o que fizeram. Isto é há 107 deputados por um programa e 122 dentro de um entendimento de viabilidade governativa.
Há diferenças entre estes partidos? Imensas. Mas encontraram capacidades de encontrar entendimentos para lá das diferenças. E as maiorias fazem-se na AR e não noutro lado.
Vai dar origem a um Governo? Não sei, veremos... Mas que há alternativa ao Governo da direita isso é uma evidência.
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