Os resultados das eleições para o Parlamento Europeu deveriam ser vistos como sinais. Sinais de que há uma população farta de políticas que não servem o seu bem-estar, farta de ver as regalias virem sempre para os mesmos, fatra de ver ser-lhes negado sucessivamente o direito a usufruir da riqueza gerada pelo país. Uma população que quer mais e melhor, que sente que com o seu trabalho constroi um país do qual merece ter usufruto. Foi este um dos sinais.
Foi também sinal que apesar dos cercos e silenciamentos, apesar dos boicotes e das mentiras, apesar das pressões e intimidações que existem por aí, houve um reforço seguro da Esquerda.
Sinais também aqueles que pensam que ter atingido o seu objectivo, mostrando claramente que os projectos pouco sólidos podem ter um crescimento rápido, imediato, mas que será tão efémero quanto efémeras são as vontades que deles se depositaram, e que voláteis voltam à partida assim que vislumbrem satisfeitas pequenas ansiedades ou que detectem algum risco mais real para o sistema que acarinham.
Não podemos ter qualquer dúvida, que ainda que as condições fossem difíceis, ainda que se tivesse criado um escape para os mais preconceituosos, ainda que nos dessem à partida estagnados e incapazes. Surgimos reforçados, em votos e em vontades, com certeza da justeza da nossa luta e coerência das nossas propostas.
É verdade que muitos votos serviram para eleger deputados que, se prosseguirem tão inuteis como inuteis têm sido, pouco ou nenhum serviço poderão prestar ao nosso país e ao nosso povo. Quem conhece as suas práticas sabe disto, quem acreditou ou fingiu ter acreditado, ficará por demais evidente. Entretanto continuam as dificuldades que na Europa se fazem, mas que como povo pagamos. Prometemos resistir-lhes.
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