quarta-feira, 17 de junho de 2009

Há leis e leizinhas



Este é mais um texto que o Registo entendeu por bem não publicar. Porem como dizia Aleixo
"Quem pára a água que corre,
é por si mesmo enganado.
o ribeirinho não morre...
vai correr para outro lado"


Espero que seja esclarecedor.

Aproveitando a nacionalíssima data do 10 de Junho o Presidente da República aproveitou para vetar as alterações à Lei do Financiamento dos Partidos Políticos. Com a hipocrisia costumeira, PSD e CDS-PP aprestaram-se a louvar a presidencial iniciativa, como se não tivessem avalisado com o seu voto a referida Lei. Mais rápido do que é vulgar veio o Bloco afirmar que por eles está a questão encerrada, não esclarecendo nunca se justa era quando por eles foi votada. Ficou o PS ó tio, ó tio, com a criança nos braços, pretendendo enjeitá-la mas não sabendo bem como.
Afinal de que têm medo? No fundo só da mentira. A Lei que foi agora vetada não diminuía o controlo das contas dos partidos, nem aumentava a possibilidade de financiamentos por sacos, malas ou cabazes fosse do que fosse. O que dizia a lei, neste contexto era que as entradas em dinheiro poderiam atingir um patamar superior. Isto para permitir que os militantes que não possuíssem conta no banco, o que acontece com os mais pobres e com quotas mais exíguas, o pudessem fazer sem ter que recorrer ao amigo que transforma os valores em cheques de donativo e os entrega ao Partido, funcionamento mil vezes menos claro e transparente.
Resolvia também as contas da Festa do Avante pela simples razão que ninguém, no seu juízo perfeito, vai pagar um café, um gelado, uma bebida ou uma rifa com cheque. Coisa que aliás não acontece seguramente em nenhuma festa ou feira por esse país fora e ninguém ficou mais ou menos corrupto por isso.
A única questão a levantar, que nem se prendia com isso, era o aumento do financiamento do Estado e esse foi o único ponto que jornais e comentadores não levantaram. Possivelmente porque ao contrário do PCP que vive em 90% das quotas dos militantes, mesmo que pequeninas, os restantes partidos vivem do dinheiro do Estado, logo convém que este aumente.
Aquilo que se disse e escreveu sobre esta lei era absolutamente falso, e o presidente só agora a vetou não porque não quisesse perturbar as eleições, mas por receio que um debate às claras denunciasse os propósitos dos que queriam esta lei vetada.
Desengane-se V. Ex.a, desenganem-se os senhores comentadores e jornalistas, que não é assim que lá vão, não é assim que sufocam o PCP, não é assim que o obrigam a entrar no jogo dos financiamentos, nem é assim que põem termo à Festa do Avante. A festa, o partido e os seus militantes são do povo e a este pertencem, só pondo fim ao povo põem fim às suas manifestações nas várias vertentes. Vão atrever-se a fazer isso?

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