Este texto foi publicado como editorial do jornal "Voz do Operário" de Maio
Diariamente somos confrontados com as notícias da presença do FMI/BCE/UE, descrevendo a sua actuação como “resgate” ou “ajuda”, ora resgate tem como significado: Salvamento de apuro ou ameaça. Quanto a ajuda é absolutamente desnecessário buscar um sinónimo. Qualquer das duas expressões pressupõe um auxílio desinteressado e de carácter solidário perante uma situação complicada.
A actuação destas entidades, porém, nada tem de desinteressado e menos ainda de solidário, porquanto o receituário que têm imposto aos países que caíram na sua ajuda, tem tido como resultado o seu empobrecimento e da sua população, o corte dos seus salários e benefícios sociais, a desregulamentação do seu mercado de trabalho e a liberalização dos despedimentos, a estagnação económica e a privatização das poucas empresas chave que se mantinham na posse do Estado, privando-o em definitivo – após o Euro o ter privado de determinar a sua política cambial – de controlar o seu destino financeiro.
Como dizia há uns meses Eugene McCartan, nas páginas deste jornal: “No final desse período a Irlanda deveria ainda 133% de toda a produção do país durante um ano. (…) podemos ver que se perderão milhares de postos de trabalho, os serviços sociais serão devastados, e o sector público será destruído.” Tal como a Irlanda, também a Grécia – alvo da “ajuda” se vê hoje em situação bem pior do que se encontrava há um ano, a ponto do muito capitalista canal de televisão de economia, Bloomberg, ter afirmado que melhor teria sido que a Grécia tivesse então renegociado a dívida do que ter de o fazer uma ano depois de ser “resgatada”, em condições muito piores.
Com efeito um ano depois a Grécia não conseguiu cumprir com os pagamentos ao FMI, porque depois de ter colocado o seu povo numa situação de miséria e desemprego verificou que a sua dívida e os juros da mesma não só não diminuíram, como aumentaram mesmo. A ajuda que foi aplicada pelo FMI/BCE/UE retirava muito mais do que havia emprestado. A este tipo de actuação dá-se há muito tempo o nome de agiotagem.
Mas a agiotagem agora aplicada a Portugal, Grécia e Irlanda, é apenas o início de um quadro mais complexo de ataque aos direitos dos trabalhadores e dos povos nas restantes economias europeias. Uma ajuda que é de facto um verdadeiro cavalo de Tróia contra os povos e contra direitos conquistados com mais de um século de luta. O FMI/BCE/UE são os “gregos” nesta história e os trabalhadores e os povos os “troianos” que não se podem deixar enganar com esta ajuda interesseira. “Equo ne credite, Teucri! Quidquid id est, timeo Danaos et dona ferentis” - Não creiam no cavalo, seja ele o que for, desconfiai dos gregos mesmo trazendo presentes.
A actuação destas entidades, porém, nada tem de desinteressado e menos ainda de solidário, porquanto o receituário que têm imposto aos países que caíram na sua ajuda, tem tido como resultado o seu empobrecimento e da sua população, o corte dos seus salários e benefícios sociais, a desregulamentação do seu mercado de trabalho e a liberalização dos despedimentos, a estagnação económica e a privatização das poucas empresas chave que se mantinham na posse do Estado, privando-o em definitivo – após o Euro o ter privado de determinar a sua política cambial – de controlar o seu destino financeiro.
Como dizia há uns meses Eugene McCartan, nas páginas deste jornal: “No final desse período a Irlanda deveria ainda 133% de toda a produção do país durante um ano. (…) podemos ver que se perderão milhares de postos de trabalho, os serviços sociais serão devastados, e o sector público será destruído.” Tal como a Irlanda, também a Grécia – alvo da “ajuda” se vê hoje em situação bem pior do que se encontrava há um ano, a ponto do muito capitalista canal de televisão de economia, Bloomberg, ter afirmado que melhor teria sido que a Grécia tivesse então renegociado a dívida do que ter de o fazer uma ano depois de ser “resgatada”, em condições muito piores.
Com efeito um ano depois a Grécia não conseguiu cumprir com os pagamentos ao FMI, porque depois de ter colocado o seu povo numa situação de miséria e desemprego verificou que a sua dívida e os juros da mesma não só não diminuíram, como aumentaram mesmo. A ajuda que foi aplicada pelo FMI/BCE/UE retirava muito mais do que havia emprestado. A este tipo de actuação dá-se há muito tempo o nome de agiotagem.
Mas a agiotagem agora aplicada a Portugal, Grécia e Irlanda, é apenas o início de um quadro mais complexo de ataque aos direitos dos trabalhadores e dos povos nas restantes economias europeias. Uma ajuda que é de facto um verdadeiro cavalo de Tróia contra os povos e contra direitos conquistados com mais de um século de luta. O FMI/BCE/UE são os “gregos” nesta história e os trabalhadores e os povos os “troianos” que não se podem deixar enganar com esta ajuda interesseira. “Equo ne credite, Teucri! Quidquid id est, timeo Danaos et dona ferentis” - Não creiam no cavalo, seja ele o que for, desconfiai dos gregos mesmo trazendo presentes.
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