Há algumas semana atrás li uma coluna num jornal regional em que uma eleita do PSD na Assembleia Municipal de Montemor-o-Novo se mostrava espantada pelo presidente desta autarquia ter levantado a questão do ambiente, num dos seus discursos, apontando o dedo ao sistema capitalista. A eleita, ela própria amiga do ambiente, relembrava indignada as situações de atropelo ambiental que sucederam nos países socialistas, em particular da República Popular da China. Devo dizer que as razões desta eleita são reais e pertinentes, porém não fazem da sua preocupação Razão.
Li num jornal de ontem as seguintes palavras, de um ex-secretário da cultura: “Na verdade, se olharmos à nossa volta, para o mundo de 2010, para um modelo de desenvolvimento que está simplesmente a lançar no caos os ecossistemas e a provocar a morte, a fome, a doença, a deslocação forçada e a miséria de milhões de pessoas (…)”. Por aqui se vê que contrariamente ao que a aflita eleita opina a questão da apropriação dos recursos e da degradação ambiental está intimamente ligada ao modelo de desenvolvimento em que vivemos, ao qual podemos chamar muita coisa mas que no frigir dos ovos dá pelo nome de capitalismo.
Significa isso que muitos atentados ambientais não se tenham cometido sob o Socialismo? Decerto não. E é preciso que, ao criticarmos o sistema capitalista, tenhamos em conta esse passivo, mas é necessário também colocar em perspectiva os quadros em que se deram esses atentados. Na realidade todos se deram num quadro de competição aguda com o sistema capitalista, tanto os cometidos ao nível da produção, como os cometidos no tratamento dos resíduos, o que é bem diferente daqueles que se cometem procurando aumentar os ganhos dos detentores dos meios de produção. E, sendo que nenhuma das atitudes é desculpável, os pressupostos da segunda são particularmente criminosos, porque indiciam o conhecimento exacto das consequências e o descaso em que ficam as populações sujeitas às mesmas.
Se no sistema Socialista quando se visava aumentar as produções para que as populações auferissem de uma maior quantidade e variedade de produtos, quando se descuraram os sistemas de tratamento face a situações económicas complicadas, por não se querer fazer recair esses custos sobre a população, isso revela algum descuido em relação ao meio e mesmo alguma sobranceria perante consequências que, diga-se de passagem, à altura eram em muitos casos não completamente conhecidas. No sistema capitalista por seu torno, na maior parte dos casos, as consequências sobre o planeta não só eram conhecidas, como as grandes empresas pressionavam economicamente para que não fossem divulgados, prosseguindo, depois de conhecidas, com tentativas de as desacreditar.
Com efeito, e apesar de existirem danos relevantes, não existe nem equivalência nem paralelo entre a destruição ambiental e apropriação de recursos entre os dois sistemas. Politicas que não respondem às necessidades humanas, desinvestindo da cultura, da educação e dos cuidados de saúde, não servem as gerações futuras, assim como não servem as presentes, o desemprego, a exploração salarial e o decréscimo da protecção social. Se a estas condições adicionarmos a destruição dos sistemas naturais de suporte, a poluição, o caos urbanístico e a sobre-exploração dos recursos temos o quadro da economia globalizada que vem sendo o modelo de desenvolvimento vigente.
Afirmar, tal como fez a referida eleita que os comunistas só tarde acordaram para a questão, é desconhecer que a primeira análise feita sobre as sociedades, adoptando os contributos de Humboldt (o pai da ecologia), foi precisamente a Dialéctica de Natureza de Frederich Engels, donde não só conhecem estas questões como foram os primeiros a debruçar-se sobre o assunto.
A Cegueira mental é a pior delas todas.
Li num jornal de ontem as seguintes palavras, de um ex-secretário da cultura: “Na verdade, se olharmos à nossa volta, para o mundo de 2010, para um modelo de desenvolvimento que está simplesmente a lançar no caos os ecossistemas e a provocar a morte, a fome, a doença, a deslocação forçada e a miséria de milhões de pessoas (…)”. Por aqui se vê que contrariamente ao que a aflita eleita opina a questão da apropriação dos recursos e da degradação ambiental está intimamente ligada ao modelo de desenvolvimento em que vivemos, ao qual podemos chamar muita coisa mas que no frigir dos ovos dá pelo nome de capitalismo.
Significa isso que muitos atentados ambientais não se tenham cometido sob o Socialismo? Decerto não. E é preciso que, ao criticarmos o sistema capitalista, tenhamos em conta esse passivo, mas é necessário também colocar em perspectiva os quadros em que se deram esses atentados. Na realidade todos se deram num quadro de competição aguda com o sistema capitalista, tanto os cometidos ao nível da produção, como os cometidos no tratamento dos resíduos, o que é bem diferente daqueles que se cometem procurando aumentar os ganhos dos detentores dos meios de produção. E, sendo que nenhuma das atitudes é desculpável, os pressupostos da segunda são particularmente criminosos, porque indiciam o conhecimento exacto das consequências e o descaso em que ficam as populações sujeitas às mesmas.
Se no sistema Socialista quando se visava aumentar as produções para que as populações auferissem de uma maior quantidade e variedade de produtos, quando se descuraram os sistemas de tratamento face a situações económicas complicadas, por não se querer fazer recair esses custos sobre a população, isso revela algum descuido em relação ao meio e mesmo alguma sobranceria perante consequências que, diga-se de passagem, à altura eram em muitos casos não completamente conhecidas. No sistema capitalista por seu torno, na maior parte dos casos, as consequências sobre o planeta não só eram conhecidas, como as grandes empresas pressionavam economicamente para que não fossem divulgados, prosseguindo, depois de conhecidas, com tentativas de as desacreditar.
Com efeito, e apesar de existirem danos relevantes, não existe nem equivalência nem paralelo entre a destruição ambiental e apropriação de recursos entre os dois sistemas. Politicas que não respondem às necessidades humanas, desinvestindo da cultura, da educação e dos cuidados de saúde, não servem as gerações futuras, assim como não servem as presentes, o desemprego, a exploração salarial e o decréscimo da protecção social. Se a estas condições adicionarmos a destruição dos sistemas naturais de suporte, a poluição, o caos urbanístico e a sobre-exploração dos recursos temos o quadro da economia globalizada que vem sendo o modelo de desenvolvimento vigente.
Afirmar, tal como fez a referida eleita que os comunistas só tarde acordaram para a questão, é desconhecer que a primeira análise feita sobre as sociedades, adoptando os contributos de Humboldt (o pai da ecologia), foi precisamente a Dialéctica de Natureza de Frederich Engels, donde não só conhecem estas questões como foram os primeiros a debruçar-se sobre o assunto.
A Cegueira mental é a pior delas todas.
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