terça-feira, 6 de maio de 2008

À volta de Maio


Place de Vandôme Mai 1871

Escolhi chamar a esta entrada de hoje à volta de Maio porque Maio tem sido um mês que ao longo da história vem trazendo consigo um grande vigor das lutas e reivindicações. Contudo, não é chegado o tempo de falar desse outro Maio que tem a minha idade, desse falarei mais tarde.


Barricade Rue de la Bonne

O Maio de que vos falarei hoje é o do tempo das Cerejas, o que começou em Março e durou 73 dias. 73 em que os Operários de Paris partiram à conquista do Céu. Em que pela primeira vez na história da humanidade, homens e mulheres trabalhadores, decidiram tomar em mãos os seus destinos, fazer com a que a produção se destinasse a assegurar o bem comum e não a acumulação de capital nas mãos de uns quantos.


Prison Chantiers Aout 1871

Falharam. Falharam dessa vez, como falharão muitas outras vezes, mas de todas essas vezes há ilações que ficam, caminhos que pela primeira vez foram trilhados, direitos pela primeira vez conquistados e que permanecerão doravante na memória dos povos.
Não, a Comuna não morreu, a Comuna vive de cada vez que um homem no mundo reivindica um direito, de cada vez que tem consciência da sua força, de cada vez que cada mulher se reconhece parceira igual e não inferior a ninguém.


Barricade de la Place Blanche

A Comuna de Paris é, talvez, um dos mais belos e ricos momentos históricos, porém essa riqueza é também, em grande medida a causa do seu insucesso. A falta de uma organização, de uma metodologia comum para alcançar um objectivo, mostram, como o demonstrou claramente Marx, que é necessário um enquadramento das massas para que a Revolução triunfe. O enquadramento, teórico e prático, que o Partido Comunista veio dar à revolução anos depois deixou esse ensinamento bem claro, muito embora ninguém soubesse quando iria terminar a experiência soviética. Lembremo-nos do contentamento de Lénine, no dia em que o poder Soviético tinha durado já apenas mais um dia que a Comuna.

Ainda assim os erros cometidos pela Comuna, vieram a repetir-se mais tarde, principalmente no seio, ou por acção, daqueles para quem a experiência de enquadramento da luta revolucionária representa monolitismo, e ditadura. Mas disso falarei quando for altura. Hoje celebro a Grandiosa Comuna de Paris.
Não obstante os grandes feitos da Comuna, em termos de direitos laborais, como os representantes de fábricas eleitos, a igualdade salarial das mulheres, etc. a sua derrota trouxe uma das mais brutais repressões jámais vistas na história.


Mur des Fédérés-Execution des Fédérés

Em uma semana foram fuziladas entre 25 a 30 mil pessoas (havendo fontes que indicam que possam ter chegado às 100 mil), tendo muito outros milhares sido deportados para o ultramar francês. Destes milhares de mortos muitos foram mulheres e crianças. Após esta Carnificina o primeiro ministro Thiers garantia que o socialismo havia sido completamente liquidado. Este enorme crime que deveria ser chamado de ideologicídio, não teve qualquer consequência para os governantes de França e ainda hoje é largamente ignorado na aprendizagem da história quer neste país quer no estrangeiro. Não é de espantar, pois houve sempre mortos que para muitos contam muito pouco.


Communards fusilles 1891 (photo Adolphe Desederi)
(A Fonte de todas as fotos apresentadas é a Bibliteque National de Paris)

(Taking into account that a great number of those who visit my blog are not Portuguese speakers, and therefore unable to understand most of the topics I decided to write a text in a foreign language, may be English or French, in order to give them a synopse of the content in Portuguese.)

The subject of my choice for this entrance in my blog today, is the month of May. May has been a month full of revolutionary events throughout the history of mankind. But apart of May the first, only two events will have their memory referred here. One that recent May of 40 years old, and the other that magnificent revolution known as the Commune of Paris.
The Commune is an outstanding achievement in history, for the first time workers, man and women, took their destinies in their own hands. Production became a commun good and not a profitable trade element allowing the acomulation of capital in few hands.
These times, the Cherry times (Les temps des Cerises), are one of te most exciting and ideologic richest times in man's history. But the richesness of the Commune was also it's weakness. In the analyses after it's defeat, Marx enphasized the importance of the commune goal and strugle that could only be achieved trough an organized force - The Communist Party - This solution worked out in the Russian revolution, alltough no one expected at first that it would endure more than the Commune (Lenin celebrated the day that the Soviet power outcome the Commune for a day long).
However, the mistakes of the Commune were to be repeted mainly by those who saw in the Party a monolitic and dictatorial structure. But these are issues that I'll deal with later, as for the moment I'll celebrate the Commune of Paris).

Marx explaining the Commune (teatralisation of a text)

fonte:usthepeople

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