quinta-feira, 1 de maio de 2008

“Anda ver, Maio nasceu…”



O 1º de Maio que celebramos hoje, dia internacional do trabalhador, é expressão viva da luta de todos quantos alienam a sua força de trabalho, por forma a assegurar a sua subsistência.
A procura de condições dignas do ser humano, e a luta pela diminuição da exploração de um Capital, para quem o trabalho significava apenas um factor de produção, ao qual é exigida a maior produtividade ao mais baixo custo, conduziram a que desde meados do século XIX, vagas de revoltas e greves exigissem a diminuição das horas de trabalho, impondo o horário das oito horas, numa lógica de oito horas de trabalho, oito de sono, e oito de tempo pessoal.
Numa destas greves e revoltas, no dia Primeiro de Maio de 1886, em Chicago, EUA, a repressão procurando esmagar estas reivindicações, julgou, e condenou oito anarco-sindicalistas, tendo seis deles sido condenados à forca.


O movimento operário internacional, em virtude destas condenações adoptou então o 1.º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador, vendo confirmados anos depois em muitas partes do mundo consagrado este dia como tal.
Profundamente enraizado na Classe Operária, comungando dos mesmos princípios de Igualdade e Justiça para todos, o Movimento Comunista, adoptou este dia relembrando não só a conquista do direito às oito horas, mas renovando a luta por muitos outros direitos, como as férias pagas, a segurança na velhice, a assistência materno-parental para a infância, segurança no trabalho, e muitos outros que ao longo de cem anos vieram sendo conquistados pelos trabalhadores em todo o mundo.


fonte: marist academic

O fim da URSS, e do Bloco Socialista, vieram, de facto, significar o recuo de inúmeros direitos conquistados, numa ofensiva que chega a atingir hoje, em muitos países inclusive o nosso, o próprio horário das oitos horas, pedra basilar dos direitos laborais.


fonte: SNTC

Em Portugal, em grande medida pelo facto de muitos desses direitos terem sido adquiridos apenas no pós 25 de Abril, leva a que a consciência das lutas travadas pelos mesmos seja em grande medida incipiente, com a excepção das lutas na Marinha Grande, Barreiro ou dos trabalhadores do Couço, em que alguns destes direitos foram garantidos com inúmeros sacrifícios e sofrimentos gozando por isso mesmo de um apreço muito profundo por parte destas populações bem como das camadas mais politizadas da população.
O Governos provisórios de Vasco Gonçalves, garantiram à nossa população direitos sem os quais não nos passaria pela cabeça viver, a semana-inglesa, as férias pagas, o 13.º mês, a cobertura universal da saúde, etc.
Hoje a precarização dos vínculos laborais, a tentativa de estabelecer o arbítrio patronal no despedimento, de cercear os direitos sindicais, depois de ter já reduzido os tempos de dedicação de trabalho às comissões de trabalhadores, e de ataque aos horários de trabalho e competências dos trabalhadores, sob a capa de flexibilização, demonstram de uma forma clara a necessidade de renovar a luta pelos direitos dos trabalhadores, resgatando os perdidos, defendendo os existentes e conquistando novos direitos (e não privilégios, porque privilégios apenas os tem quem desfruta dos direitos de outrem), garantindo um futuro mais humano e digno às gerações futuras.


fonte: CGTP

Vamos ver Maio nascer, vamos ver a turba romper.
Viva o Dia Internacional dos Trabalhadores

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