A lei de Interrupção Voluntária da Gravidez na República da Polónia era já uma das mais restritivas da Europa. Ainda assim a maioria dos seus parlamentares decidiu torná-la na mais retrógrada.
Se antes, e com o conhecimento geral, os mesmíssimos médicos que evocavam objecção de consciência nos Hospitais Públicos, disponibilizavam a IVG nas clínicas privadas, a troco de elevadas quantias. Agora já nem vão precisar evocar nada para poderem meter ao bolso uns bons milhares de Zelotis, uma vez que o aborto passa a ser proibido excepto para o perigo de vida da mãe.
Os pios e santos deputados e deputadas entendem que só o amoedado passado por baixo da mesa, por quem o pode pagar, lava com a beatitude da água benta esse pecado que só aos ricos é possível perdoar.
Às pobres reserva-se o destino de lançar ao mundo inocentes mal amados, deficientes em diversos graus, ou a morte, a esterilidade purgatórias das suas faltas, ou a prisão espiadora do pecado de porem termo a uma gravidez que não poderiam material ou emocionalmente suportar, evitando um rol de nascidos mal amados, condenados esses sim ao abandono, ao orfanato, ao tráfico e quiça a destinos piores.
Não isso às boas cabeças e santas almas nada diz, pois estão abrindo à força do sofrimento alheio às portas do paraíso a milhões de mulheres polacas , obrigando-as a aceitar esse piedoso desiderato mesmo que nele não estejam interessadas.
Valha-nos Deus que ainda enchem a boca para afirmar o Estado Islâmico medievo. E então e eles?
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