terça-feira, 25 de novembro de 2014

Istambul - 25 de NovembrO



Não sei se por ironia, se por memórias do passado, o nome da Cidade de Istambul figura como título da Convenção Europeia contra a violência sobre as mulheres. Digo ironia não porque creia que o povo turco tenha uma apetência especial para a agressão sobre o sexo feminino, mas porque segundo a mesma convenção a igualdade de facto e de jure é condição essencial para a eliminação do fenómeno da violência de género e, contudo chocam directamente com as palavras do Presidente Recip Erdogan, que ainda há dias afirmou serem homens e mulheres criados diferentes e que existem profissões que as mulheres não deveriam desempenhar, contrariamente ao que existia naquilo a que chamou a violência nos países socialistas. Penso que está tudo dito sobre a postura das autoridades turcas e da resposta que mereceriam da comunidade internacional, caso a comunidade internacional tivesse um pingo de vergonha na cara, não tem! disse por memórias do passado porque como todos sabemos, Istambul, então Constantinopla foi berço e casa de uma mulher que pese embora a sua má memória, se impôs como a força de autoridade local, chegando a impor também péla violência a sua vontade, ONE talvez houvesse a intenção de celebrar uma mulher de força.
Na realidade e infelizmente a escolha deve-se mais à pusilânime incapacidade de denunciar as posturas pouco consentâneas com a igualdade, quer de países ocidentais ditos industrializados, quer dos seus mais directos aliados, que podem receber cimeiras e conferências, dar nomes a documentos, que depois desrespeitam descaradamente.
A igualdade e a luta contra a violência contra as mulheres é parte de uma luta emancipadora da humanidade e enquanto não tiverem oportunidades iguais e reconhecimento social igual jamais se acabará com este flagelo, fruto do direito de propriedade em relação a outro ser humano. Nem Recip nem Teodoro, apenas seres humanos iguais em direitos, deveria ser isso que este dia internacional deveria relembrar.
(Por não apreciar Pão e Circo, não vou pronunciar-me sobre o Ex.Primeiro Ministro até existirem motivos muito claros)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Como esperado


Bem pode Alicia Sanchez-Camacho ou também Llanos de Luna, Cospedal, Saenz de Santamaria, vituperarem sobre o significado da participação na consulta.  Uma ou todas elas dizerem que não há garantias democráticas, validação oficial, todo isso e muito mais. Bem pode o M. Rajoy dizer que nada mudou etc. e tal.
Se não há garantias democráticas, constitucionais ou outras a responsabilidade é do Governo de Madrid que não deixou que as consulta tivesse sido um referendo com todas as garantias.
Por isso mesmo mais de dois milhões de catalães numa consulta, leia-se tantos quanto nas eleições europeias é um resultado impressionante. Só mostra um fortíssimo desejo de escolher.
Os resultados de mais de 80% favoráveis  à independência são esses por aí mais enganadores pois não só os que se opõem à consulta não foram votar, como alguns que numa votação sem vínculo votam mais descontraídos, poderiam não o fazer se o resultado fosse vinculante.
No entanto nada esconde que existe um desejo independentista que é aparente maioritário. Que vai fazer Madrid? Esconder a cabeça na areia? Persistir em dizer que a maioria dos catalães não querem a independência sem os escutar? Propor algum tipo de concertação, agora numa situação de fraqueza? Isto era esperado agora a situação de inconsciência de PP, UPyD, Ciutadans, acabam por empurrar a Espanha para o estilhaçar estrondoso.

(A imagem que utilizo é do El Periódico, utilizei-a pela força que tem quanto à representação da vontade de participação do povo da Catalunha, espero que não levem a mal)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A "sociedade das Nações" - segundo Angela Merkl



Sendo uma adepta do capitalismo, quanto mais feroz melhor - na sua forma mais conseguida costuma ter outro nome-, a Senhora Bundeskanzeler é apologista de uma sociedade estratificada em classes, onde uns estão destinados a realizar o seu potêncial intelectual - mas não social, apenas para o mercantilizar - e os outros têm por missão neste mundo servir os primeiros.
Primeiro que tudo é necessário impor estas condições dentro do seu próprio país, assegurando que os à partida mais desfavorecidos se resignem a ser desabilitados educacional e culturalmente também.
Assegurado isto, teremos de espalhar este princípio pelos países dominados. É consabido que os países de sul possuem populações de menores capacidades intelectuais. É assim necessário definir à partida que terão de existir percentagens mais pequenas dos que ascenderão aà educação e ensino superior. Por ordem de grau civilizacional existirão os que deverão formar essencialmente técnicos, paragarandir a operacionalidade do sistema, os que deverão fornecer operários e demais pessoal servente e ainda os que têm por destino fornecerem animadores, acompanhantes, prostitutas, gigolôs e a restante sorte de criaturas mercantilizadas para a satisfação dos mais impróprios desejos dos seus amos - a própria etimologia da palavra demonstra quais o que dão bons escravos.
A sociedade assim constituída dará naturalmente aos povos destinados a governar e a ditar as regras aquilo que é naturalmente seu, hierarquizando, sem nunca excluir pois existem notórias excepções - ditas em tempos "créditos ãà sua raça" - todos os outros povos de acordo com as suas características e habilitação natural.
As palavras da Sra. Merkl, não sendo estas traduzem isto mesmo, pois não é concebível que se defenda terem muitos licenciados países que os têm muito menos per cápita do Alemanha, se não for a hierarquia de povos e nações o pensamento que lhes está subjacente. Lembrou-lhe alguma coisa?... Olhe! Não é mera coincidência.