quinta-feira, 31 de julho de 2014

Os buracos da barraca do Barack

A barraca do Barack está muito bem montada. Tem, a bem da verdade, de se dizer que foi construída com mais ou menos estílo por homens e mulheres que, ao longo de gerações exercitaram a arte da mentira, da insinuação, da hipocrisia, da meia verdade, da ilusão, da manipulação, do boato e demais artes nefandas que encheriam este ecrã das mais vis torpezas de que o género humano é capaz.
Com uma claque pronta a fazer coro, sempre que se trata de avançar sobre os recursos de determinadas zonas e depenar, quais aves de capoeira se tratassem, todos os povos de cujas riquezas se queiram apropriar. Depois de serem apanhados nas mentiras do Iraque e de outros exercícios de igual calibre, a barraca do Barack foi apanhadas com a boca na botja. Ao mesmo tempo que afirmava condenar o bombardeamento de escolas em Gaza e de exigir um inquérito e um cessar fogo, a fim de proteger uma população sem fuga possível, o Pentagno anunciava a cedência a Israel de granadas e munições em quantidade para substituir as já utilizadas na bárbara carnificina em que a operação do IDF se concretizou. A atitude dos EUA, diante de todos com a impunidade de quem se sabe acima das normas e que se arroga o direito de acusar sem provas outros noutras paragens, é a atitude de quem pela frente finge uma atitude de justeza e ponderação e por trás arma e facilita as mais brutais agressões armadas sobre populações civis de que há memória desde a Segunda Guerra mundial (qualquer semelhança entre a atitude do Tzahal e os exércitos h*********s deixou há muito de ser pura coincidência, independentemente do que o Governo do Estado de Israel possa dizer), a acção dos EUA assemelha-se hoje à acção das potências da Europa Ocidental em face do levantamento de Franco contra a República Espanhola. As Nações Unidas que vêm exercendo um mandato mundial de promoção da Paz e do Desenvolvimento, enviesaram politicamente tanto que sistematicamente se colocam de um dos lados, não fazendo respeitar as suas resoluções quando não interessa aos seus principais "patrões", mas ouriçando-se e empertigando-se quando são colocados em causa os interesses destes. Terá a manter-se assim o mesmo  fim vergonhoso da Sociedade das Nações.
A barraca do Barack tem o espetáculo bem montado, mas a cada passo torna-se clara a sua duplicidade e hipocrisia. Assim saibam os povos ver o que vai surgindo através dos buracos desta barraca.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Moral - Por uma série de Razões

Muito recentemente li no jornal uma carta de uma antiga oficial do exército de Israel e sobre os princípios e valores que tem incutidos. Questionava a senhora sobre os limites morais que o exército está a ultrapassar determinado pela ultrapassagem desses limites por parte dos Governos do Estado.
É obviamente importante que as pessoas, nomeadamente as que cumprem serviço militar se questionem sobre as orientações que lhes são dadas pelo poder ou, de outra forma, arricam-se a cometer os piores desmandos e barbáries sob a capa do cumprimento de ordens. Mas de nada adianta questionar-se apenas quando se já afastou da situação. Senão vejamos:
Quando o exército israelita invadiu a margem ocidental e Jerusalem oriental, então sob soberania jordana, e a Faixa de Gaza, sob tutela Egípcia, declarou sempre estar envolvido numa guerra de defesa do seu território contra ameaças dos países árabes, provocou milhares de refugiados, derrubou centenas de casas - uma parte muito significativa no sopé do Monte do Templo - desalojando em 24 horas familias inteiras com a finalidade única de abrir uma vasta praça no local do Muro das Lamentações - nada terá a ver com mortandades em massa, mas tratou-se de forma despudurada de crimes contra a população cívil que caêm na definição de crimes de guerra. Expulsou milhares de familias das suas suas terras, permitindo ao Estado israelita anexá-las e aí desenvolver bairros para colonização de territórios fora das linhas de partição e portanto fora de Israel, promovendo assim a invasão militar e anexação de território, como aliás o fez também nos Montes Golã, na Síria e no Sinai, de onde acabou retirando sem no entanto grande resistência dos colonos.
Assim também o fez o Haganah antes da proclamação do Estado, semeando a violência e o terror.
As linhas morais, do mais moral exército do mundo, há muito não existiam, se é que alguma vez existiram realmente. São com efeito apenas uma manipulação de uma direcção política de um Estado de um povo maioritariamente fanatizado, quer pelo sofrimento histórico, quer pela apropriação do poder real pelo aparelho religioso, que deixa muito pouco espaço ao pensamento crítico sem o apelidar de antipatriótico. Funcionam também como escape a milhares de pessoas moralmente decentes, mas que encontram nesta formulação o repouso suficiente para adormecer a sua consciência perante barbaridades incríveis.
Não se pode comparar Israel ao Nazismo. Cada vez que se faz esta comparação imediatamente uma míriade de gente, comandada por um ocidente de má consciência, se empretiga todo num coro de protestos. Porém a natureza das violações, a enormidade das opiniões dififundidas, o objectivo mal disfarçado, deixam inquietantes paralelismos relativos às reacções de populações fanatizadas. Verdade que não chegaram ao extremos da eliminação física pura, simples e tão rápida quanto possível de todos os outros habitantes da Terra chamada Santa, mas por nenhum imperativo moral, apenas acções tão claras despertariam do seu letárgico entropecimento as consciências daqueles que estiveram expostos ao Nazi-Fascismo e aos seus descendentes directos mais lúcidos, a quem um imenso lençol de propaganda e preconceito vai tolhendo em relação ao crimes de negação de abastecimento de água, de viveres, de medicamentos, de acesso à actividade pesqueira, de destruíção das terras cultivo, e por fim à apropriação da terra, que o Estado de Israel vai praticando iniquamente utilizando o nome e as agruras do povo judaíco como justificativa.
Não há espaço para a Paz! A violência agora exercída só vai servir como alfobre para novos tipos de violência, onde prevalece a Lei de Talião. A parte mais fraca, o povo Palestiniano - que diga-se a bem da verdade é um conjunto muito heterogéneo de pessoas - vai retaliar por revolta e por vingança contra estas acções com os meios que tiver ao seu dispor, fazendo com que mais tarde ou mais cedo a quimera de segurança constituída pelos muros ou pelos sistemas de intercepção de rockets venha a dar lugar a uma realidade bem mais sinistra para o povo judaíco. Espera-se que pelo menos então exista desta parte um pouco mais de clarividência.
O papel do mais "moral" exército do mundo. O Tzahal tem como é óbvio um importante papel, que não passa seguramente por bombardear criancinhas nas praias, envios de sms ou de bombas "pequeninas" de aviso ao armagedeon posterior, nem tão pouco o bombardeamento de Escolas e Hospitais por que lá alegadamente se encontram militantes do Hamas. Os estrategos israelitas sabem, contrariamente ao Sr. Netanyahu e aos seus ministros, a que se soma a vastíssima parte dos deputados do Knesset, que acabar com a resistência palestiniana é um acto tão inutil quanto impossível, ou então estariam dispostos a multiplicar o número de baixas do lado palestiniano e do próprio exército a um nível intolerável para qualquer limite moral. Cabe-lhe então o papel de colocar este governo no seu lugar, não o deixar cavalgar o desvario de uma hecatombe humanitária e colocar as negociações de Paz na ordem do dia. Não é de estranhar que sempre que houve uma acção, mais ou menos questionável mas acção, visando um acordo de Paz foi quando a chefia do Governo de Israel provinha do exército. É que por variadíssimas razões, mais ou menos relutantes, estas pessoas viram directamente a que imoralidades conduziam as orientações morais dos seus governos. E se o IDF deixasse de obedecer?

domingo, 27 de julho de 2014

Não há quem aguente...


Havia determinado jamais abordar a vida interna de um Partido, e assim nunca fiz qualquer comentário às opções dos militantes dos vários partidos - excepto para notar onde se colocavam esses partidos face às escolhas feitas.
Nunca o fiz, mas vou fazer! Não porque me seja relevante que o partido A ou B tenha por líder fulano ou sicrano, especialmente se no frigir dos ovos a omelete resulta igual. Acontece que quando as afirmações dos concorrentes extravasam a simples politiquice interna e se tornam relevantes a nível político nacional a abordagem das mesmas tem de ser feita também do mesmo ponto de vista.
Um dos concorrentes a ser designado como cabeça de Lista para as legislativas de, supõe-se 2015, pelo seu partido (errada e erroneamente designado de candidato a primeiro ministro) e que enfrentará uma coisa do estilo parece que é uma votação, lá para Setembro, tem afirmado aos sete ventos a sua orientação de esquerda. Tem dito que o partido não pode ficar condicionado pelo pensamento de direita, que se quiser fazer diferente tem de se libertar do pensamento da direita, além de outras várias tiradas do mesmo calibre.... Louváveis palavras e louváveis princípios do homem providencial que, ao fim de tantos anos, vem resgatar o seu partido da deriva direitista em que havia embarcado. Mas virá mesmo?
Ainda não estava seca a tinta da impressão dos jornais sobre as impressionantes tiradas de profissão de fé à esquerda e o homem providencial vem dizer que quer uma maioria absoluta. Para que a quer ele? Se a sua postura é à esquerda, bem como os seus princípios e práticas facilmente encontrará à esquerda apoio suficiente para levar a cabo esse corte com as políticas que vêm determinando a governação do país...a menos que seja outro o seu fito. E se é outro o seu fito que não pode contar com o apoio da esquerda, qual a sua natureza? Não é muito difícil de ver que o inconfesso interesse desta personagem é prosseguir mais do mesmo, ou até pior, ficando com as mãos livres para não ter de claramente se apoiar na direita para levar a cabo os seus desígnios e para não ter de se incomodar com a esquerda a exigir-lhe uma política de esquerda a sério.
Pretende este D. Sebastião das dúzias obter a quadratura do circulo, reunindo votos à esquerda para depois ir governar à direita.
Esquece no entanto que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo, e que não é com grandes tiradas e apoios que criará o fumo suficiente que lhe sirva de cortina...quem sabe de nevoeiro. 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Porque cai o "Governo" Ucraniano?

 Dizia Oscar Wilde que não há perguntas indiscretas...as respostas é que o podem ser. Nesse sentido creio que as respostas devem ser de uma indiscrição tal que nem os jornais alinhados com a NATO e interesses afins se atrevem a dizer, sendo aliás muitíssimo parcos em informar sobre o assunto.
Sabemos que as forças de extrema direita abandonaram o dito cujo forçando a sua demissão. Chegam-nos rumores de manifestações mas, contrariamente à "gloriosa" Maidan, aqui não houve notícia de Deputados do PSD louvando hosanas, nem de jornalistas afamados cá do Burgo perorando sobre as virtudes democráticas das mesmas.
Sabendo como os Ucranianos de cidadania e língua são permeáveis aos argumentos do ocidente e de como o "legitimissimo" e "democratissimo" "governo" assim se inclina, as manifestações não se me afiguram contra a guerra, pela igualdade dos ucranianos dentro da diversidade de línguas e culturas e pelo respeito dos laços tradicionais com a língua e cultura russas e os sentimentos de grande parte da população. Temo que, bem pelo contrário, as manifestações se prendam com a nova correlação de forças em que à extrema direita não chega mandar pretende além disso hegemonizar o "governo" afastando quem procure algum tipo de entendimento com os habitantes de Donetsk.
Além disso falta ainda clarificar quem enviou o BUK que abateu o avião malaio.
Assim a extrema direita do Svoboda e a Timochenquista procuram colocar-se na pole position para a tomada de poder. 
Este é o segredo do silêncio da comunicação social, não permitir que fique a nú o escândalo do apoio aos nazi-fascistas por vários governos da "civilizada" UE. Bem como os gastos monetários com este apoio. Quanto aos supostos sucessos alcandorados todos e cada um destes à condição de avanços, a ver vamos se não vão contribuir para a derrota militar.

terça-feira, 22 de julho de 2014

600 falhanços



Se fossemos dar alguma credibilidade às palavras do Embaixador do Estado de Israel nos EUA sobre o significado das baixas palestinianas na análise da agressão levada a cabo em Gaza, em que cada baixa civil - como se houvesse outras - é um falhanço e uma tragédia, teríamos de concluir que o comando das forças do IDF considera esta acção como um imenso falhanço e, portanto de acordo com as responsabilidades políticas o Governo israelita deveria apresentar a sua demissão imediata. Porém sabemos não ser assim, sabemos que ao abrigo de palavras hipócritas como o direito à defesa o que de facto se passa é uma guerra de terror destinada a limpar etnicamente a região, matando ou expulsando a população palestiniana.
O argumento de que os rockets do Hamas são idênticos ao bombardeamento de Londres pela Alemanha hitelariana, só cabe numa mente tresloucada, qualquer britânico que tenha uma tênue memória da batalha de Londres sabe que centenas de bombas foram lançadas continuamente pela Luftwaffe, destruindo quarteirões inteiros e deixando Londres repleta de mortos e feridos, o que nada tem a ver com os rocketts que fizeram uma vítima e nem perturbaram seriamente a vida quotidiana, nem mesmo em Sderot perto de Gaza. Mas não creio que o Embaixador Dermer tenha subitamente enlouquecido.
A afirmação, perante o cenário de destruição, de morte e sofrimento, esse sim digno do bombardeamento aéreo de cidades durante a segunda guerra mundial, que os soldados israelitas deveriam ser galardoados com o Nobel da Paz, deveria envergonhar os galardoados, embora a vergonha de alguns seja uma miragem, e o próprio comité do Nobel da Paz por alguém sequer ter sugerido que poderiam considerar semelhante aleivosia.
Não há direito de defesa que consagre a agressão e, por muito que os disparos do Hamas não primem por assegurar um clima propício à procura da Paz, não foram estes os motivos de uma acção da escala lançada por Israel. Alguém se esqueceu que o pretexto foi o assassinato de três jovens que se deslocavam à boleia entre os colonatos ilegais e Jerusalém ocidental, mas aqui ninguém sequer insinuaria que se tratavam de provocações às populações palestinianas, foram de facto infelizes vidas apanhadas numa teia de violência difícil de controlar. Já a população de Gaza é considerada por Israel  como tendo de expiar uma qualquer culpa comum.
Com efeito Israel vai de falhanço em falhanço até que um dia criará uma situação de que será a primeira vítima.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Propaganda da Guerra Fria, como há muito não a via....

Com o habitual apego à verdade e ao facto real os jornais, comentadores, certos políticos -como o Presidente Obama - não precisaram de 24 horas, de investigações, de determinações para, copiosamente, reverberarem as acusações do Presidente Ucraniano Poroshenko no sentido de deitar as culpas do abate do avião malaio, sobre os ombros dos resistentes do Donbass contra a maré nazi-fascista que ameaça engolir a Ucrânia.
Ninguém, a não ser por manifesta má fé desconhece hoje que as oligarquias a que Poroshenko pertence serviram-se e depois abandonaram o regime para se aliarem às forças mais tenebrosas a que a história deu origem a fim de manterem o poder. De caminho deram a mão ao imperialismo da UE e dos EUA, deixando-lhes livres as mãos para se apropriarem dos recursos e depauperarem o povo ucraniano à semelhança do que por outras paragens, a nossa incluída, têm feito.
Não é a primeira vez que o capital utiliza o nazi-fascismo como tropa de choque contra que se lhe opõe e resiste e, já antes havia abordado o tema em "fascismo o último reduto do capitalismo". Não que Putin e a sua Rússia sejam garantia de defesa dos trabalhadores ou do socialismo, mas as contradições do imperialismo ditam a sua postura nos campos contrários aos dos interesses de EUA e UR.
Agora com uma guerra a decorrer o ocidente e seus aliados não se coíbem de recorrer, como aliás o tinham feito no Iraque como ficou amplamente demonstrado à mais descabelada mentira para justificarem a sua posição. Toda a gente sabe que os resistentes não têm mísseis capazes de derrubar um avião a 10.000 metros de altitude. Se o tivessem hoje outro galo cantaria no Donbass. Assim como todos sabem que o avião foi abatido a partir de território ucraniano, o que excluí as tropas russas, essas sim com potencial bélico para tanto. Sobra quem? Aqueles a quem se tenta desculpar atirando as culpas em alheios, as tropas ucranianas, hoje formadas muito à base dos partidários de Stepan Bandera, fiel aliado de  Hitler na segunda guerra, o Sector Direita e o Svoboda.
Quanto ao ocidente embrenhou-se já no apoio a esta gente, como aliás o fez ao longo do século XX, com excepção do momento em que a criatura mordeu a mão que o alimentava.
Mais demonstrações só quando as provas o revelarem...mas atenção! Vão tentar manipulá-las e escondê-las.